PORQUE NÃO DESCOLA O PS NAS SONDAGENS?

As sondagens são o que são, já todos sabemos… só conta o voto no tempo exacto, também sabemos mas, no entanto, os estudos de opinião realizados fora dos tempos eleitorais, sem a carga decisória que tal implica, costumam indicar e indiciar com razoável fidelidade, sentimentos e estados dos cidadãos, e devem, por isso, ser levados em consideração.
E que vemo…s, então, nestes estudos?
1- O PS obviamente à frente, mas sem a confiança necessária do eleitorado para ser alternativa e governar em maioria.
2- Os partidos do governo, PSD e CDS, a aguentarem-se, subindo e descendo mas mantendo-se numa zona de conforto relativo, pois não descolam nem vêem o seu principal adversário fugir.
3- O PCP com notório, visível e constante crescimento e,
4- O Bloco de Esquerda descendo, sem conseguir enquadrar qualquer discurso apelativo e mobilizador.
O que pensar destes estudos?
1- Que o PS de Seguro, sabendo porventura interpretar os sinais vindos da sociedade, não é capaz de apresentar política alternativa. Seguro deixou-se enredar num novelo de teias complexas e não consegue encontrar a saída, nem o “click”.
2- Que os partidos do governo, aproveitando esta indefinição do PS e ausência de propostas alternativas válidas, vão aguentando e não descolam e vão conseguindo passar a tese da “ inevitabilidade” das medidas do governo. É duro, mas é verdade.
3- Que o PCP, mantendo uma linha de contestação coerente e sem hesitações, tem conseguido captar gente descontente, que não se revê nas indefinições do PS nem ausência de rumo do Bloco.
Como sair disto?
Aqui chegados, depois desta política de terra queimada, de destruição de grande parte do tecido económico, da depressão, da redução drástica do consumo interno, do empobrecimento das famílias, da fuga dos melhores quadros jovens, da subida do desemprego, nos cortes sociais e nas pensões… resultando tudo no contrário do que era suposto resultar… não se vislumbrando no quadro Europeu qualquer inflecção ás políticas de austeridade e ajustamento seguidas, o que resta ao PS?
Sendo certo que já não colhe o discurso recorrente da elencagem de todos os problemas, da indignação pelas medidas tomadas, da denúncia das situações, gerais e particulares, pois isso todos o fazemos… o que deveria o PS fazer de diferente?
Primeiro deveria dizer como fazia, como conseguia num quadro de austeridade – agora, isso sim, inevitável- explicando a situação e o sentido das medidas, aumentar a confiança das pessoas e incutir-lhes a certeza duma saída. Mesmo com sangue, suor e lágrimas… como fez Chuchill na segunda grande guerra!
Mas, para atingir este desiderato, já está amplamente detectado e incutido no subconsciente de toda a gente que não é com Seguro.
Seguro não tem carisma nem é mobilizador! Pode ter Concelhias, Distritais, exércitos de militantes tristemente seguindo-o, na esperança de qualquer coisa, de qualquer lugar quando for poder, mas não consegue agarrar o país!
Até pode ganhar as Europeias, mas os cidadãos que anseiam a mudança, os descontentes, os que vão votar nulo e branco, esses esperam outra coisa!
É, portanto, urgente que, nos tempos próximos, o PS assuma as suas responsabilidades perante o país, perante a situação de degradação progressiva de todas as estruturas da sociedade e decida se:
a)- Quer manter Seguro como nome aglutinador e está mais que provado que não é capaz, ou
b)- Assume de uma vez por todas que só um homem o consegue fazer: ANTÓNIO COSTA! Os resultados por ele obtidos em Lisboa são sintomáticos da sua capacidade de aglutinar, á esquerda e à direita, aquela massa de eleitores que decidem e provocam ondas de mudança. Porque é reconhecida a sua capacidade e experiência governativas, de estabelecer consensos, de ter visão estratégica…tudo o oposto de Seguro!
Muita, muita gente que não vota PS e que nunca votarão Seguro, estão ansiosos pela mudança e pela apresentação da alternativa mobilizadora!
Está nas mãos do PS fazê-lo!

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