Anda por aí, na nossa Praça, um burro, que é mesmo muito burro, e que anda a querer armar-se em BURRO. E, emproado e hirto, age como se fosse um BURRO.
Só que um burro armar-se em BURRO é coisa muito deprimente!
Os amigos, os compinchas, os conselheiros, os afins, os acólitos e os sorvedores de migalhas ainda lhe vão dizendo: “ Ó Mestre: não ande por aí a fazer-se de BURRO…é que só eles é que são BURROS, Asisinos.” Mas ele não ouve…” Asi” quê?”
Na sua peculiar e canhestra sabedoria, que pensa ser perspicaz, ele acha mesmo que ser burro é ser como o BURRO : olhar em frente, não ver nem ouvir o que passa ao lado, ter passo firme, fincar as patas quando lhe apetece, cagar de pé, arretar, estupidamente arretar e pensar que, como o BURRO, alheando-se do mundo externo, devagar há-de lá chegar. Resumindo : é a sabedoria deste burro.
Mas ele não sabe, não lhe ensinaram ou ele não quer saber, que BURRO É BURRO, e por isso se chama BURRO : não admite comparações!
Mas o que está errado nesta estória, afinal?
É simples : é que o BURRO não tem mania : é mesmo BURRO!