Por ser provavelmente um tipo deficientemente informado nunca consegui descortinar a razão pela qual os influentes do PPE vieram descobrir, no recôndito Portugal, o José Manuel para ocupar o alto cargo de Presidente da Comissão Europeia! E muito menos para, passados cinco anos, o reelegerem. Continua para mim um mistério, e creio também para muitos como eu, justificável talvez por terem visto nele o mínimo denominador comum entre os interesses Americanos, Africanos e Asiáticos.
É que ele “ tirou o curso” na América, o curso de como se mover sobre as águas, de como transitar no nevoeiro, de como boiar e planar, de como estar sem ser notado, de como falar sem ser ouvido e de como estar não estando. Já tinha tirado também a licenciatura em assuntos Africanos, nomeadamente Angolanos e tinha umas cadeiras sobre Asiatáticos, particularmente Chineses, tiradas no seu tempo de Maoista. E depois do grande teste que foi a Cimeira das Lages, onde gentilmente cedeu as instalações e subscreveu o grande “ serviço” ao Senhor Bush, que determinou com a mentira da guerra do Iraque, eles disseram…é este! Ele só podia ser agraciado por todos os “falcões”…deve ter sido tudo isto, digo eu.
Quando abandonou o “ Barco” e correu para Bruxelas, muita gente em Portugal compreendeu e apoiou a sua “ fuga”. E lembro-me de correligionários, de reputados comentadores, de analistas… por se tratar de uma grande “ honra” para Portugal a ocupação de um cargo de tamanha dimensão e prestígio por um compatriota, na certeza de que os nossos interesses seriam , a partir daí, então sim, convenientemente defendidos.
É claro que este patriotismo inocente e bacoco não teve qualquer aproximação à realidade pois ele, que de Português só passou a manter o nome, rapidamente se alheou da mesma. Dessa aproximação só me recordo do “ Porreiro, Pá “ proferido por Sócrates! Os seus interlocutores passaram a ser outros e os seus patamares passaram a chamar-se “ G” qualquer coisa…
Dez anos em Bruxelas deram-lhe para, depois do “ curso “ tirado na América, acabar o seu “ Doutoramento” em Maquiavel : de como tratar e servir os “ Príncipes”, de como ler e tecer “ Discursos” e de como lidar com a “ Arte da Guerra”. Os três pilares de Maquiavel. Mas tirou também uma “ Pós- Graduação “ em “ Jogos Florentinos”, de como ser sibilino, de como serpentear na “ filigranas” das teias, mas sempre fiel à grande máxima “ Maquiaveliana” de que “ A Política, mesmo sendo uma desgraça, é necessária para manter a liberdade republicana”! E, já agora acrescento eu, a Democracia!
Mas, decorridos dez anos, este antigo “ Maoista”, depois de ter deixado o País de “ tanga”, depois de tanto ter aprendido, volta e volta com a solução definitiva para resolver os problemas da Pátria, da sua Pátria : um governo alargado aos três Partidos do “ Arco”, PSD- CDS e PS e um Presidente eleito ( ou nomeado?) por estes mesmos três Partidos! Nem mais!
Parafraseando Daniel Oliveira : para quê Democracia? E o Povo, pá? O Povo? O Povo, como sempre, servirá para legitimar a sua solução indo, ordeiramente, votar!
E já agora, como provavelmente estará menos ocupado enquanto não engendrarem algum órgão de cúpula internacional onde o seu “ estatuto” assente como uma luva, porque não ser ele o Primeiro Ministro e o Presidente da República em simultâneo?
Ele, o Grande Líder!…