Antigamente foram as PRAGAS. No antigo Egípto. E não foi uma : foram dez, que segundo o livro dos “ Exodos” foram enviadas por Moisés sobre o Faraó e seu povo para que Israel fosse libertado da terra Egípcia e fosse reconhecida a unicidade Divina. Um só Deus : o de Israel. E foram, as Pragas, dirigidas a todas as divindades Egípcias, desde o Nilo ao neto do Faraó, ele também uma divindade. Divindades que, portanto, afrontavam o Deus uno.
E aqui, como sempre, ter outros deuses, outras crenças ou outros pensamentos era motivo para castigo. Como o foi sempre ao longo da História, desde as Cruzadas, às colonizações violentas ou à ainda recentes extinções étnicas. Sempre em nome do Deus uno. Chame-se ele o que se chamar.
Também aqui e sempre era necessário, por falta de conhecimento, por incompetência e alternativa, ser elegido um responsável sobre quem recairiam todos os males e culpas. E com medo que a sua expansão pudesse pôr em causa o seu poder soberano, ele tinha que ser castigado e imolado. E, ainda por cima, responsabilizado pela sua própria imolação.
Agora são os VIRUS. As Viroses…
São as “Pragas” do nosso tempo. Doenças causadas por “ Virus” muito diversos e mutantes, muito difíceis de identificar e tratar, que se propagam e com tratamentos anti-víricos que se manifestam, muitas vezes, ineficazes. E exigem, portanto, vacinas fortes, potentes e radicais.
Ficamos nestes dias a saber que o “ VIRUS” responsável pela “Praga” que há três anos nos assolou se chama SÓCRATES! E pelo nome que empresta um perigoso nome de “ VIRUS”. Porque clássico e dado a filosofias.
Este “VIRUS”, dizem os renomados cientistas que o identificaram, é o responsável por uma doença chamada “despesismo”. Que, como “ Praga” nos debilitou e que eles durante três anos de intensa investigação e tratamento não conseguiram ainda debelar, apesar de todas as prescrições, tratamentos de choque, isolamentos e guias de marcha. E dizem que esse perigoso “ VIRUS” ainda anda por aí e, resistindo a toda a panóplia de antibióticos ministrados em doses industriais, ainda resiste. E é perigoso. Muito perigoso. E, ainda por cima, fala!
Já muito antes tinham tentado isolá-lo com aquele antibiótico chamado “ Freeport”, mas ele, autêntica “ Praga”, suportou todos as bactérias que lhe ministraram. E agora não. Agora tem que se isolar de vez. É mau, muito mau para a saúde pública. Não pode propagar-se mais…
Ele é o responsável por todas as “Pragas” que nos aconteceram e que nos rogou: a limitação dos mandatos; o tecto das altas reformas; o tecto dos vencimentos na alta administração; a simplificação dos serviços, esse terrível Simplex; o afrontamento ao nosso “ deus” Cavaco; o cruzamento de dados; a aposta nas renováveis; a eficiência fiscal; a aposta na ciência e investigação; o fecho de maternidades; a revolução na Saúde; o “ fair play” financeiro das Autarquias… enfim, tanta “ Praga” que lhes condicionou a vida, que só pode ser mesmo “ Praga”. Feita “ VIRUS”.
E há que isolar e matar esse “ VIRUS”. Muito resistente, ou como agora se diz, resiliente…
E é assim que se fica na História…