Preâmbulo:
Antes de começar a escrever este texto quero esclarecer ou recordar aos meus caros amigos que fazem o favor de me ler que eu não sou um “ arrivista” nestas coisas da discussão da liderança do Seguro.
Como em tudo na vida é preciso ter memória e não há melhor memória do que a escrita e, sobretudo, a exposta ou publicada. É que, aparte alguns comentários difusos e circunstanciais, eu escrevi diversas vezes acerca do tema, nomeadamente :
– Em 15/10/2013 um texto intitulado “ Porque não descola o PS nas Sondagens?”.
– Em 23/10/2013 um texto intitulado “ As propostas de Seguro”.
– Em 08/11/2013 um texto intitulado “ Seguro- António José Seguro”.
– Em 29/11/2013 um texto intitulado “ Carta aberta a António José Seguro”.
Mas vamos então ao tema…
” Alta traição”, diz um pequenito de Coimbra. ” Isto já parece a Casa dos Segredos”, diz o pequeno Zorro. ” Temos que reflectir” diz alguém como a pequenina Roseira de Belém. ” Que disparate”, diz o fofo de Solares. E que ” não sei o quê”, diz o brilhantina Dias! Que também disse que: ” Directas”? Lá para Agosto, Setembro, Julho ou Novembro”. Vejam só a subtileza: Colocou Julho entre Setembro e Novembro como quem diz ” podem esperar sentados”… brilhante este Brilhante! E o seguríssimo Seguro, na senda do ” Qual é a pressa?”, ” Qual é a pressa” e ” Qual é a pressa” diz agora ” Habituem-se”, Habituem-se” e ” Habituem-se”! É que o relógio´ anda muito depressa e a pressa nunca foi boa conselheira…dizem os conselheiros. Eles querem Congresso? Isso é que era doce : damos-lhes Directas. Mas só para Primeiro Ministro. Quando? Agosto, Setembro, Julho ou Novembro! Temos que redimensionar as tropas, procurar e promover ” simpatizantes” externos. Temos que fortificar o nosso reduto. Quem vai ousar lá entrar, minado e circundado até com arame farpado e inexpugnável. Nós podemos de lá não poder sair, mas eles entrar…nunca!
Assim pensam e agem os Brilhantes Dias! E temos assistido, nos últimos dias, como disse no título a um brilhantismo dos Brilhantes Dias como nunca ousei pensar…
Eles reclamavam ” MUDANÇA” nos cartazes, por aí ainda disponíveis. Suponho que seria Mudança para o País, de Governo, de governação, de atitude, de política, de ambição, de patriotismo e de independência, de desígnio, de maioria, de estatuto…mas não: eles lá continuam e reclamam isso mesmo : MUDANÇA! Que ironia, não é?
Ms que raio aconteceu e porque estamos agora a discutir isto? E agora de uma forma mais conclusiva e determinante? Simplesmente porque não aconteceu a Mudança que alvitravam e aconteceu aquilo que todos, eu mais ainda, temíamos: A Direita teve a maior derrota eleitoral de sempre, mas o PS a PIOR vitória de sempre. Jogaram ambos mal, muito mal, mas um conseguiu ficar à frente. Por um golito. Um golito que no fim do Campeonato não vale nada. Porque não conduziu à Mudança por eles desejada, mas proporcionou o anseio da Mudança por nós desejada!
E confrontados com estes factos inultrapassáveis gritaram Vitória mas entraram imediatamente em deriva. e afirmaram primeiro, depois da entrada em cena, finalmente!, de António Costa que não era possível qualquer auscultação aos militantes porque os Estatutos, que eles blindaram, não o previam. Depois concederam que seria apenas para Primeiro Ministro! Depois que este não era o tempo e que era preciso reflectir sobre o passado recente! Que tinham que estudar o Direito Comparado! E começaram o arrastamento, o empastelamento, a fuga para afrente. Costa afirma que está disposto a discutir e a ir a sufrágio da maneira que for : tudo em pantanas novamente. E o” brilantina ” Dias vem à televisão e traz um caderno. Um caderno em que toma nota dos dias. São os dias do Dias. E fala, fala, pastosamente fala e o que é que ele diz? Ninguém sabe nem está interessada em saber. Ele ” engonha”. Com a sua brilhantina pastosa e postura erecta e formal ” engonha” e vem passar tempo. Adiar. Adiar o mais possível. Parece um boneco de peluche : fofo mas estafado. Nem as crianças gostam já da brilhantina. Quanto mais os jovens e os maduros, maduros de saberem que o que eles, os brilhantinas desta vida, o que querem é ” engonhar”…
E não sabem nem percebem nada. Vivem isolados da realidade, no seu castelo, no seu reduto que pensam inexpugnável. E não sabem e, apesar de lho recordarem, não sabem que tiveram uma vitória de ” Pirro”.E não sabem, ou não querem parecer saber, quem foi Pirro e o porquê da ” Vitória de Pirro”. Mas eu, sucintamente, esclareço-os: o Comandante ou General Pirro saiu realmente vitorioso de uma batalha, mas teve tantas perdas, foi tão dizimado que…não conseguiria ter mais qualquer vitória. O famoso canto do cisne. E o famoso ” de vitória em vitória até à derrota final…”, que eu não me canso de repetir, que todos pressentimos, até as sondagens e a que António Costa agora atalhou dizendo o inevitável :” Alto e pára o Baile”. Chega! Não podemos fazer como a ” Thelma e Louise” no célebre filme…desfiladeiro abaixo…
Eles não percebem nada. Não sabem porque chegamos aqui. Pensam a Política como um Clube de Futebol. E não entendem porque chegamos aqui. Mas nós ganhamos, eles dizem… Mas ganharam o quê, dizemos nós. Mas Seguro acha-se um grande General, por duas vitórias conseguidas. Mas não sabe que não tem já exército capaz nem muito menos recrutamento. E quer-se fazer plebiscitar! Arrebanhando os seus adversários que dele muito gostam. O seu seguro, como muitos dizem…E o homem não se vê…
E a Direita, atónita com o avanço de Costa, ficou esfuziante com a notícia e promoveu-o logo a ” um verdadeiro político, que tem a coragem de promover soluções que elevam o PS ao patamar da democracia”. Director do Diário Económico dixit. E se ele disse…
E apoiam extasiantes essas tais Directas abertas a “simpatizantes”. Vão em massa votar no Seguro : o seu seguro de vida! Eu até aposto que a realizarem-se, nestes moldes, terão mais afluência às urnas que as Europeias…E o homem não vê…
Mas ele, General sem medo e esperto, mesmo encurralado, talvez prefira ser derrotado e ser imortalizado em livro, assim uma espécie de “ O General no seu Labirinto”. Mas ele não é Simon Bolívar, nem terá nunca um Gabriel Garcia Marquez a celebrá-lo. Só uma Margarida Rebelo Pinto ou, porque não, um Francisco José Viegas…
Mas ele, com o seu pequeno exército, afirmando ” daqui não saio e daqui ninguém me tira”, vai fortificar o seu reduto. Qual castelo com valas ou ” bunker” rodeado de arame farpado. E à sombra da lei dirá : ” daqui não saio e daqui ninguém me tira”. .
Mas o problema é que de lá não poderá sair. e cá fora ninguém o quer.
Ele vai lá ficar, apodrecer, armado até aos dentes, o País apodrecendo com ele, vigiado pelos seus..ad eternum..
Amen…