A CREDIBILIDADE

Já antes aqui dissertei acerca do CARISMA e agora vou procurar fazê-lo em torno da CREDIBILIDADE, dois conceitos que se têm ou não se têm, mas que são imprescindíveis a alguém que se apresenta como alternativa de Poder.

As próximas eleições internas no PS transcendem a simples escolha de um Secretário Geral ou responsável máximo do Partido e são, isso sim, o indicador de quem será o rosto de Partido que concorrerá a chefe do próximo Governo da Nação nas Legislativas que se avizinham e se apresenta com o Carisma e Credibilidade necessárias para se tornar alternativa séria e válida a estes últimos desgraçados anos.

Como tal e sendo estas eleições abertas, para além dos militantes devidamente credenciados, a simpatizantes e tradicionais e intermitentes votantes no PS, elas servirão também para confirmar a aura de cada um e para, de modo inquestionável, ratificar a evidência que a Sociedade Civil há muito detecta, que as Sondagens confirmam e que todos nós, nas nossas famílias, nos nossos empregos e nas nossas rodas de amigos há muito concluímos : que Seguro não é a pessoa certa, agregadora e capaz e está muito longe disso e que ANTÓNIO COSTA detém um capital de credibilidade  e de esperança capaz de mobilizar as massas descontentes e o carisma necessário para inverter a situação vigente.

ANTÓNIO COSTA reúne consensos, é capaz de consensos, transmite uma tranquila fiabilidade e Seguro não. E, como tal, só ele está preparado para enfrentar os desafios que a Credibilidade impõe e que, seguidamente, procurarei enumerar.

Mas, antes disso, e respondendo aos que criticam a atitude de ANTÓNIO COSTA em avançar só posso dizer duas coisas : a primeira é que ANTÓNIO COSTA saiu da sua zona de conforto e leu o que todos nós lemos e que eu aqui não me canso de repetir:  Que as  vitórias alcançadas pelo PS de Seguro podem ter sido vitórias mas não correspondendo ao sentimento geral de anseio de mudança prenunciavam o pior. E, como tal, e em segundo lugar antecipavam um sentimento de ruptura a que ANTÓNIO COSTA deu corpo e voz. Em nome dos superiores interesses nacionais, é evidente. Traição a quem se preparava para ganhar as próximas eleições? É que nem sonhando. E, já agora, qualquer ruptura ou revolução é sempre, na óptica de quem governa, um acto de traição. O 25 de Abril, por exemplo : os militares que o fizeram cometeram um inequívoco acto de traição aos seus comandos e ao governo de então. Mas não era necessário? E não foi louvado? E não vale a pena enumerar mais. O problema é o síndrome do “ General no seu Labirinto” que já aqui citei e em que alguém, abstraindo-se da realidade à sua volta e da evolução dos acontecimentos, vive encurralado nas suas medalhas e memórias. Mas fora do tempo. É onde está Seguro e todos os que piedosamente o acompanham…

Mas, para que a Mudança que a Sociedade Civil anseia e tanto deseja seja possível e para que a alternativa proposta ao “status quo” que nos tem governado tenha sucesso é imprescindível que a campanha para as próximas eleições decorra e seja tratada no estrito âmbito da CREDIBILIDADE..

É a CREDIBILIDADE que imporá a diferença e quem a corporiza, ANTÓNIO COSTA, terá que:

1-      Ser um Político directo, eloquente e transparente, nas mudanças que quer imprimir, na apresentação da sua equipa, na forma como irá fazer campanha e  no discurso político. Falando a verdade e sem cair na tentação de transmitir simples promessas e declarações porque, agindo assim e pensando assim poder fazer o oposto do seu antecessor, é certo que perderá. Estrepitosamente perderá!

2-      Ser um Político na  verdadeira acepção do termo, que percebendo o que está realmente em jogo e as reais espectativas que atravessam a sociedade consiga, dizendo-lhe a verdade, dar expressão governativa a essa grande maioria de pessoas e transmitir-lhes os inequívocos princípios gerais de um “ bom governo”.

3-      Pois sendo estes princípios gerais sempre válidos, a situação actual exige mais que nunca uma capacidade especial de Sentido de Estado que, exigindo firmeza de ideias e de combate, seja entendida pela sociedade como uma “ boa governança” e uma ruptura com o passado recente.

4-      Saber que só valerá a pena elegermos um Primeiro Ministro que esteja acima dos interesses instalados. Um Primeiro Ministro que, sentindo-se respaldado na sociedade, consiga distanciar-se da “ fome voraz” dos seus correligionários, de longo tempo habituados a um sistema de partilha e ocupação dos cargos públicos e esteja disposto a abdicar dessa parcela efémera de Poder, para poder imprimir um sentido de mudança de governação e, assim, combater tudo aquilo que manifestamente concorreu para o atraso endémico da nossa estrutura governativa.

5-      Saber que vai ter que continuar a tomar medidas difíceis, que não são segredo para ninguém e a fazer escolhas. Escolhas difíceis mas que terá que fazer. Pois tendo Acordos, Compromissos e Tratados assinados que nos tolhem os movimentos por serem coletes de forças tremendas, só tomando posições claras e entendíveis pela sociedade se pode perspectivar qualquer solução de enfrentamento e reclamação de independência efectivas.

6-      Saber e explicar que essas medidas que forçosamente terão  que ser tomadas implicarão perda de privilégios para Corporações instaladas, implicarão uma cultura de deveres e obrigações para quem só tem tido direitos, obrigarão, igualmente, a uma cultura de exigência de competências nas funções públicas, onde se premeie o mérito e não o laxismo. E isto, quer queiramos quer não, é fundamental para, tendo um Serviço Publico mais expedito e capaz, não subsistam estratagemas para entregar essas funções a executivos externos, que apenas delapidam o nosso erário e esvaziam os serviços.

7-      Saber que um Primeiro Ministro assim disposto, bem como os seus Ministros, vão sentir muitas dificuldades. Mas, como disse, respaldando-se na verdade transmitida e na clareza das propostas, nada terá que temer. Não poderá nunca é sucumbir à tentação de “ emular” um Ministro ou dá-lo de bandeja aos contestantes para comprar uma paz podre, como foi sempre costume. Não : ter que ser persuasivo, combatente e obstinado na defesa da sua  Verdade, não tendo medo de falar, de explicar e nem sequer de denunciar. Para isso um bom Primeiro Ministro tem que defender os seus Ministros, tem que os inspirar e dar-lhes a confiança necessária para não se sentirem abandonados à primeira dificuldade. E com verdade terá sempre a confiança da Sociedade. Com cedência, não!

8-      Saber igualmente, que um Programa de Governo deverá ter sempre como principal característica, dizer á Sociedade, com a máxima clareza, o que pretende fazer, elegendo à cabeça as medidas mais difíceis, sem rodeios, e explicando bem as suas razões e as suas consequências. Se é para fazer uma Reforma da Administração Pública que implique mobilidade, que implique exigência de objectivos e que delimite direitos e deveres, então que o diga! Se é para manter este Sistema de Segurança Social, mas adaptando-o aos constrangimentos actuais, então diga-o! Se é para, em nome de um melhor Ensino adaptado à realidades demográficas e geográficas actuais, exigir mais competência, habilitações e qualificações aos Prefessores, então diga-o e não faça nada nas costas das pessoas! Se é para redimensionar os Apoios Sociais à medida da realidade e possibilidades actuais, então diga-o! Não omita e diga ao Povo o que o espera.

O eleitorado saberá assim em quem estará a votar e quem for eleito saberá que terá toda a legitimidade política para prosseguir. E ficará sempre comprometido se for eleito, mas também de consciência tranquila se o não for. Quem seguir outra alternativa…terá que descalçar a bota!

O candidato a Primeiro Ministro terá que ser consensualmente aceite. Terá que ser previsível e dar a entender a todos os que nele se revêm que não vai sozinho e que indo livre de interesses partidários, de facções partidárias e de promessas feitas, estará pronto para executar um programa comum. Não pode ser visto como “ amigo” deste ou de outrem, de ter este ou aquele “ protegido” para ser aceite. Não: tem que estar livre, desempedido e determinado. E deverá escolher para os Ministérios excelentes técnicos nas suas áreas, conhecedores dos meandros da Administração Pública, experientes em matérias Europeias e que tenham autoridade política. E que sejam fortes num Governo forte e determinado.

E quanto ao Parlamento e às listas de Deputados? O modo como souber liderar a constituição destas listas, normalmente integradas por dirigentes regionais ou oriundos das juventudes partidárias, sem carreira visível que não seja a política, que lá não esteja por outro motivo que não sejam as mordomias e as promessas de um futuro lugar, definirá também a sua coerência e Credibilidade. O que se deseja e precisa é de gente com prestígio profissional, que esteja na política com independência e que pense pela sua cabeça e que acredite em quem os lidera. Que dê ao Governo o apoio necessário, com solidariedade mas também com saber e independência. Dos “ Yes Men” estamos todos fartos e sua nulidade e compadrios trouxeram-nos até aqui. Portugal, a Nação e os Portugueses não podem ficar à mecê de uns quantos Advogados, arregimentados pelos grandes gabinetes, que fazem leis a pedido e à medida do cliente e em prejuízo de todos. Isso manifestamente tem que acabar! E por isso, os Deputados eleitos têm que ser respeitados e saber respeitar-se e não serem simplesmente o “eco” ou o “ sim “ antecipado a tudo que do Governo venha. Em nome de uma governação difícil e exigente.

Claro que um bom Primeiro Ministro, em democracia, deve responder no Parlamento, mas sem estes “ jogos” regimentares que anulam qualquer efectividade aos debates e impedem o contraditório, onde um governante só diz o que quer.  Não, tem que ser diferente, deve responder sem medo, assessorar-se se for preciso, mas não ter receio das críticas. E dar à Oposição a oportunidade de, com realismo, confrontar o Governo com inexactidões ou insuficiências. E de expor com clareza as suas opções ou proposições. Sem medos e não governando em função dos jornais, mas estes, normalmente, só se alimentam dos fracos. Não tem que ter medo se for directo, incisivo, conciso e verdadeiro. Que quando coloque questões as confronte com as alternativas, em nome da bondade das decisões tomadas  e, não sendo dono da verdade absoluta, esteja aberto a oposições esclarecidas.

Um bom Primeiro Ministro não tem que ter problemas com o Parlamento, pois o Parlamento é o espaço privilegiado do debate político e o lugar onde se constroem a Leis da República  . Mas é um lugar onde deverá sempre prevalecer um sentido de responsabilidade colectivo e nunca um lugar onde legitimem os “ Lobbyes” e outros interesses ocultos. E o sentido de responsabilidade colectivo exige também que sejam respeitadas leis fundamentais e não permitir que qualquer governo aí se entrincheire para fazer publicar ou fazer passar suportes de políticas injustas e pouco pensadas.

É, portanto, fundamental saber escolher as listas de deputados, para que estes, em comunhão com o Governo, saibam enfrentar os tais poderes lá instalados, que têm condicionado a vida política, de modo a devolver-lhe a sua real importância na sociedade democrática.

Tudo o que enunciei e detalhei  consubstancia uma tarefa hercúlea : a tarefa de ANTÓNIO COSTA!

Haverá mais alguém na Esquerda capaz de assumir este “ caderno de encargos” ? Não! Estará António José Seguro sequer ciente dos quase “ Trabalhos de Sísifo” que tudo isto implica e minimamente capaz de os enfrentar? Claro que não : não tem Carisma, não tem experiência nem de governativa nem de vida, não entra na sociedade Civil e não tem a CREDIBILIDADE exigida.

Esta tarefa só está ao alcance de ANTÓNIO COSTA.

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