DE VOLTA ÀS MINHAS RAÍZES IDEOLÓGICAS, via PAPA FRANCISCO!

Nota Prévia: O que a seguir vou descrever não é da minha lavra: vi agora mesmo publicado no Facebook e o que escreverei serão, na sua maior parte, transcrições de um discurso que o Papa proferiu, num tom de envolvimento e entusiasmo com as causas em questão, numa audiência que concedeu aos participantes no Encontro Mundial dos Movimentos Populares realizado em Roma.

Primeiramente deverei confessar que, muito embora já assim pensasse e sentisse, foi com aquela canção do Sérgio Godinho “ LIBERDADE” que recebi o soco no estômago necessário para ficar sem dúvidas acerca do que é a Liberdade a sério e o que tem que promover qualquer Estado ou Governo: “A Paz, o Pão, Educação, Saúde, Habitação…só há Liberdade a sério quando houver Liberdade de pensar e decidir e quando pertencer ao Povo o que o Povo produzir…”

No entanto tudo esmoreceu. Tudo não passou de um sonho. E vieram depois, paulatinamente, ao de cima, todos os vícios endémicos de uma sociedade alicerçada na inveja, no poder a qualquer preço, no individualismo e no salve-se quem puder, que promoveram e provocaram uma sociedade sem alma e sem valores. Mas penso que algo estará a mudar. Primeiro porque os atropelos à dignidade têm sido tantos e a desesperança atingiu tal proporção que já não são proferidas nem entendidas em vão as palavras deste bendito Papa e começam a fazer sentido em muitas dessas humilhadas pessoas a ponto de eu sentir que já existe uma certa predisposição para o descontentamento e revolta. Pacífica, como diz e bem o Papa, mas veemente.

Eu cada vez me convenço mais que nem tudo está perdido neste mundo e que, após umas décadas de torpor e anestesia em que se puseram de parte todos os princípios éticos e morais que ajudaram a construir o Estado Social Europeu, e após o desaparecimento de Estadistas no verdadeiro acervo da palavra, algo está a emergir, algo está a suceder e esse algo tem muito a ver com o acordar de muita gente, principalmente gente jovem, com a liderança fresca, acertiva e descomplexada de um Homem, o PAPA FRANCISCO, que nos vem recordar de uma maneira singela coisas elementares, que muita mas muita gente já dava por esquecidas :  que “o direito à Terra, a uma Habitação digna e a um Emprego são coisas sagradas”. O Papa dixit.

Mas disse mais, muito mais, agora citando:

– Que quando a especulação financeira condiciona os preços dos alimentos, tratando-os como uma coisa qualquer, milhões de pessoas sofrem e morem de fome. E é ainda maior o escândalo quando se desperdiçam toneladas e toneladas de alimentos.

– Que os direitos à terra, a uma habitação digna e ao emprego são sagrados e são parte integrante da Doutrina Social da Igreja! E, citando o Compêndio da Doutrina Social da Igreja, afirma que, em determinados países, a Reforma Agrária torna-se, para além de uma necessidade política,  numa obrigação moral.

–  Alerta, no entanto, para que a necessidade de qualquer mudança de sistema seja feita com coragem mas também com inteligência. Com tenacidade mas sem fanatismos. Com paixão mas sem violência. As “ bem-aventuranças” que são narradas nos Evangelhos, diz o Papa.

– Alerta ainda o Papa para a inversão de valores e prioridades da economia pois que, quando no centro de um sistema económico está o Deus do dinheiro e não o Homem ou a pessoa humana, está invertida a ordem natural do Universo onde o Homem deve ser o dominador natural.

– Alerta também o Papa para o facto de, estando o sistema económico centrado no Deus dinheiro, ele tem necessidade de saquear a  natureza, para sustentar a avidez do seu consumo que lhe é inerente, sem qualquer preocupação com as questões ecológicas e de sustentabilidade futuras.

– Diz ainda o Papa que é preciso encontrar novas formas de participação política, que dê voz a movimentos e manifestações populares, pois não é possível imaginar um futuro sem a participação das maiorias, que vão para lá dos procedimentos da democracia formal. E que a perspectiva de um mundo de paz e de justiça exige a participação destes movimentos, da participação das estruturas locais  e que provoque uma torrente de energia moral que convoque os excluídos para a construção de um destino comum.

Finalmente o Papa pediu a todos que com ele fizessem um coro e com ele dissessem: Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos e nenhuma pessoa sem a dignidade que o trabalho confere”.

No final brincou dizendo: “ É estranho, mas quando falo destas coisas, alguns concluem que o Papa é comunista”!

Agora digo eu : como o entendo Papa Francisco. É que eu há muito que penso exactamente o mesmo…e sinto-me Comunista!

Concluindo:  nesta Igreja eu acredito!

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