A NOSSA FAMÍLIA!

A Família AZEVEDO ABREU!

Hoje foi a Tia IRENE. Parece que foi assim como que o encerrar de um ciclo, o encerrar de um modo de viver e de estar, de um modo de sentir, de um estilo de vida : o da “ MÃEZINHA”. E primeiro foi a nossa avó, a tia MICAS, e agora a tia IRENE. Mas não foi porque todos nós não vamos deixar que assim seja!

As pessoas fora desta Família ( e certamente haverá outras como esta, mas delas não sei ) não alcançam o que isto significa e, essencialmente, o que, para nós, isto vale : o de uma irmanação em que Primos se confundem com Irmãos, Irmãos com Primos, tios com Primos…eu sei lá, uma comunhão Familiar onde todos somos de todos. Somos Família e basta! Porquê? Porque havia uma “ MÃEZINHA”! Havia um elo tutelar, uma pessoa mais idosa, a agregadora e responsável por tudo, aquela que era glorificada como geradora e como o início e continuidade de tudo. O Elo! O Elo insofismável e duradouro pela sua experiência, pelo seu conhecimento, pela sua sabedoria, pela sua inteligência, pela sua capacidade integradora e, acima de tudo, pelo manto de carinho que a todos nos cobria. E pelo respeito que, por isso, lhe nutríamos.

Primeiro foi a nossa Avó, a primeira “ MÂEZINHA”, a tia MICAS, e todos pensávamos que era o fim , tanto mais que, pouco antes, tinha ido o seu filho, meu Pai, herdeiro aceite e natural das suas virtudes, e que era o fim e que dali para a frente tudo seria diferente. Mas não! As minhas Primas, e mais uma vez não interessa se primeira ou segundas, os seus maridos, os seus filhos e os seus netos, que conviveram com a anterior realidade, mantiveram viva essa prerrogativa herança e tradição. Dessa boa, sensível e amorosa tradição : a da evidência dos mais idosos como mentores, como lastro e como ligação da familiaridade e como guardiões dos bons princípios. Os princípios de uma boa, salutar e sã Família.

E foi para todos nós bonito e esclarecedor que na Missa de Corpo Presente da Tia IRENE uma sua neta, numa leitura, o trouxesse à realidade:  A “ MÂEZINHA”! E não há coisa mais bela! Mas na nossa  Família, fosse filho, fosse nora ou fosse genro…fosse lá o que fosse… chamava “ MÂEZINHA” à Matriarca, à dona da boa tradição e do bom nome da Família! Isso mesmo: do bom nome da Família! E ela sabia de tudo, sabia de todos e de todos se preocupava e, nós, todos nós, nunca poderíamos ficar indiferentes.

Talvez por isso, ou melhor, por isso, pesem todas as diferenças quer ideológicas ou religiosas, quer  de costumes ou de práticas, nós todos sempre nos respeitamos e amamos. Somos diferentes? Não sei! Só sei que o enorme prazer que sentimos quando nos encontramos tudo releva. O importante é vermo-nos, estarmos, abraçarmo-nos e dizermos : Olá Tia, Olá Tio, Olá Primo, Olá Prima, Olá …sempre Primo seja qual for o grau! São Primos e basta!

Estou a falar da Família AZEVEDO/ ABREU/ VASSALO, à qual se juntaram o “ PATRÂO”, o “ CAPITÂO”, o “ CARNEIRO” e sei lá o que mais, mas que continua única e indivisa. Como deve ser!

Mas a nossa Família não é um clã. Não, não é, muito embora, mesmo absorvendo outras ramificações, se tenha mantido una e coerente nunca tendo tido qualquer dissensão e qualquer tresmalho ou abandono. Nunca teve quaisquer conflitos ou obstruções nem nunca nela foi sentido qualquer arremedo de inveja ou qualquer sentimento depreciativo por algum que se tivesse destacado, quer cultural quer financeiramente. Antes pelo contrário: foi sempre motivo de orgulho que algum membro se destacasse.

E porquê? Pelos bons exemplos. Pelas “ MÂEZINHAS” que tivemos e que foram o nosso sortilégio. A Elas tudo devemos. Devemos o saber da lealdade e da ponderação, da solidariedade e da admiração, da partilha e da sã convivência, do respeito e do orgulho de ser quem somos e dos nossos antepassados.  Da certeza do caminho certo e de termos sabido beber a DEDICAÇÂO, o  AMOR, a INTELIGÊNCIA,  a PONDERAÇÂO e o SABER ESTAR que esses nossos mentores já desaparecidos nos legaram : A Avó MICAS, o Tio NEL, o meu PAI e a Tia IRENE.

Ficamos órfãos? De algum modo ficamos. Mas ficamos sem referências? Não, isso não! A responsabilidade que foi criada e gerada e o enorme respeito e consideração que nos une  é muito superior a essas perdas.

Mas, acima de tudo, esse respeito e essa admiração  são o legado que nos deixaram e que nos impedem se deixarmos de ser o que sempre fomos : uns humildes membros desta maravilhosa e única Família e que tem a suprema obrigação de tudo fazer para que esse “ ELO” nunca se rompa. De geração em geração, transmitindo e integrando sempre os valores que nos deixaram.

E é sempre bom dizer da enorme alegria e satisfação que sentimos quando nos encontramos. Isso não poderemos perder e nunca se perderá!

À TIA IRENE, com toda a saudade presente.

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