O CACHECOL do “ VAROUFAS”

Pronto, eu confesso! Comprei um “ Anorak” da BURBERRY! Sinto-me desolado e envergonhado mas…é a pura verdade. Está confessado!

É certo que o comprei com 70% de desconto no Marques Soares, onde compro roupa há mais de trinta anos e sou por isso algo privilegiado nos super saldos, é certo que pago em dez prestações sem juros etc. etc. e etc. mas…é um BURBERRY! Todos os meus amigos logo notaram : “ melhoramento, ah?”Sacanas, não deixam passar nada. Até uma senhora assim da minha idade e do meu tempo, num local público de sua propriedade, me disse : “ Que jovem você está, hem?”! Eu logo respondi, não utilizando o “ jovem” mas educadamente dizendo : “ E a senhora também”! Ela, sem dúvida, também notou!

Por muito que diga que compras destas são investimento porque vão durar uma vida e eu já as compro de tamanho mais confortável para isso mesmo, pois até ficam para os vindouros e o caraças…não interessa: é BURBERRY, um produto ao alcance de muitas bolsas mas só utilizável por umas certas pessoas. Como quem diz: Tu até podes vestir essa marca mas não é a mesma coisa. Porquê? Porque tu és um “ merdas”, tu não tens um tostão furado e, ainda por cima, és um “ gajo” de esquerda com tiques fino. E usas isso só para enganar, para fazer crer que és quem não és…

Por isso me sinto desolado pois, apesar de tudo, não me posso comparar com o “ VAROUFAS”, pois ele deve ser um tipo rico. Ele é professor universitário, tem livros e estudos publicados, deu aulas em Sidney, já casou para aí umas três vezes e agora dava aulas no Texas, na América. Isso mesmo, na América! E o malandro quando foi ter com a Lagarde apareceu com um cachecol da BURBERRY! E o pessoal notou! Caramba, digo eu, não olharam eles para a Lagarde : casaco da Hermes, mala Louis Vouiton e sapatos Prada. Coisa vulgar para eles. Agora Cachecol da BURBERRY é que não! O tal que toda a gente no Natal oferece à madrinha, à namorada, à mãe ou à sogra, que custa os olhos da cara mas que toda a gente dá para não porem defeito e não pensarem que somos uns pés rapados! É assim, não é?

Só que usado pelo “ VAROUFAS” é lixado, pá! Então o “ gajo” não anda por aí a falar em nome de um País falido, cheio de gente que não tem onde cair morta e aparece-me com um sinal exterior de riqueza dessas? Já não bastava ser motoqueiro, usar casaco de couro e camisa fora das calças? Não é abuso a mais? Provocação é o que é!

Ele há coisas que se proletarizaram que nunca se deveria ter permitido proletarizar. Por isso é que as coisas estão como estão, os Gregos estão como estão e os Portugueses também. Começaram a querer coisas que eram exclusivas de uma minoria, os estúpidos dos Bancos e dos importadores começaram a coloca-las à disposição de todos e deu no que deu : aquilo que deveria ser só nosso, que sempre foi exclusivo nosso, que sempre foi sinal distintivo da nossa identidade e berço, passou a ser vulgarizado. Nós que sempre tivemos criados e criadas, humildes pessoas a quem por caridade cedíamos roupas usadas, passaram a aparecer à porta vestidos como nós. Que é isso?

Por isso é que, por essas coisas nos terem sido abusadamente usurpadas, aparece agora um “ gajo” da extrema esquerda, um radical que devia era vestir uniforme, a vestir como nós. Um abuso que tem que ser denunciado. Uma abuso de confiança provocatório é o que é. Que coisa…

Como é que um “gajo” daqueles, com ares de importante, tem a ousadia de aparecer perante um tipo Holandês, de óculos e gravata e com um cargo importante, sem gravata, de casaco de couro e camisa por fora das calças? Ainda por cima com a cabeça rapada e ar desafiador? Como pode? E como pode, ao lado de um tipo Alemão de cadeira de rodas, mas engravatado, olhar de cima quando, mesmo baixando-se, olharia sempre de cima? Como se aguenta um tipo destes?

É preciso anotar os exemplos, e os exemplos são para serem seguidos, não vá a razão alhear-se da tradição. Vejam o Nuno Melo, aquele a quem há uns tempos num texto destes eu apelidei de “ O Loquaz Dandy de Joane “, vejam. Como é que ele vai falar com os Pescadores das Caxinas ou com os Lavradores de Ponte de Lima, como é? De sapato de vela, de calça beije, camisa de algodão branco e blazer azul escuro com lencinho a condizer. Assim é que é!

É preciso ser modelo e saber modelar. É preciso manter a tradição. É preciso que todos aqueles “  betinhos” que pululam nos lugares “chiques” e discotecas da moda continuem a fazer desses lugares seu exclusivo e que a roupa que usam, os lenços que exibem, os sapatos que calçam, as sapatilhas e calças de ganga modelos exclusivos que ostentam,  sejam traços indiscutíveis da sua exclusividade e não identificáveis em quaisquer outros e, por isso os outros não podem entrar. Eles até podem ter dinheiro mas falta-lhes aquele “ pedigree”. Falta-lhes o “ savoir”. Eles, apesar de tudo, vão entrando? Vão-nos copiando e entrando? Não pode, isso tem que acabar. E esse Varoufakis, que topete!

Mas voltando ao Anorak, eu por mim usar esse ou outro é-me indiferente, embora não me seja indiferente a sua qualidade e, mais importante, a sua durabilidade. Mas isso sou eu que tendo já 61 anos, perante o constante ouvir que parecia muito mais  novo do que a idade apresenta, resolvi deixar crescer a barba, uma barba com tonalidades neutra a tender para o branco, claro, para tentar adequar o meu aspecto á real idade. Mas nem esse exercício de transparência passou em claro: que me quis parecer com o Joaquim Letria, dizem agora!

Mas o certo certo é que nunca por nunca farei qualquer esforço para me parecer com o “ VAROUFAS”. Esse, com BURBERRY ou sem BURBERRY, está aí para os afrontar, sem “ merdas” e vestido como lhe der na real gana.

FORÇA “ VAROUFAS”, e deixa crescer a barba, pa´!  Aí é que eles ficavam possuídos, pá…

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