Cuidar “de” é isso mesmo : é CUIDAR de alguém.
É tomar conta, é zelar, é velar e vigiar, é atender e tutelar, é ocupar-se e encarregar-se, é preocupar-se e responsabilizar-se.
É coordenar e administrar, é sofrer e aceitar, é adaptar-se e equilibrar-se e é diligenciar para nada faltar.
É estar sempre presente
É acudir ao que é urgente
É não deixar nada pendente
É iludir o que é pungente
É ser omnipresente.
É estar atento e tudo lembrar
É entender e abdicar
É esquecer o que restar
É resistir a chorar
É estar e colaborar.
É saber agarrar a mão
É nunca dizer um não
É assumir a condição
É varrer a solidão
É viver em comunhão.
É estar desperto e acordado
É colocar o egoísmo de lado
É não se queixar do seu fado
É estar sempre ligado
É não ser um revoltado.
É não pensar em pecado
É enganar o enfado
É pôr de lado o coração
Quando o que vale é a razão
E não o que for lembrado.
É fazer da fraqueza força
É agradecer e aceitar
Toda a ajuda que aprouver
Todo o afecto que trouxer
E que ele não pode dar.
Porque a quem cuida vai doendo
O sofrimento moendo
A lucidez arrefecendo
A perda de forças crescendo
Num desânimo tremendo.
Mas ser cuidador é uma missão
Que se aceita de antemão
É dizer sim e nunca não
É da vida ter redução
É ter o coração na mão.
Cuidar é reduzir a dor
Do cuidado com Amor, mas…
Quem cuida do cuidador?