Na História cada tempo é um tempo e cada tempo tem o seu tempo. E este é um tempo urgente! É um tempo em que havendo tanta coisa tão premente, cada uma mais premente que a outra, nos devemos fixar naquilo que de imediato é possível fazermos para aliviarmos essa premência.
Mas por muito que eu só por mim e pela minha vontade isolada queira mudar este tempo, este tempo urgente, eu só terei veleidades de o conseguir se unir a minha vontade à de muitos outros que, sentindo a mesma urgência, se concentram no único objectivo imediato possível : apear do poder quem representa os malefícios deste tempo.
Assim sendo e por muito que eu considere que esta mudança que apoiar não será definitiva e represente apenas um stop na sua evolução, para que se possa pôr em marcha uma nova locomotiva que consiga transportar no sentido correcto as carruagens do novo tempo, eu tenho que, neste tempo exacto, saber escolher quem está em melhor posição para provocar esse stop e tomar o comando dessa nova locomotiva.
Os tempos presentes são os que todos sabemos: tempos de injustiças, tempos de exclusões, tempos de abandonos, tempos de imposições, tempos de retrocessos, tempos de angústias, tempos de egoísmos, tempos de isolamentos, tempos de incertezas, tempos de insensibilidades, tempos de fatalismos, tempos de desesperanças e tempos de nepotismos.
Que fazer? Que posso eu fazer? A pergunta surge-me pesada, violenta e fria porque exige em mim uma ruptura. É que eu sempre apoiei nas urnas, nesse único momento secreto e sagrado em que actuo, quem sempre foi o rosto da luta pelos direitos dos mais injustiçados, dos mais isolados e dos mais carentes. Eu estava confortável nesse apoio, apoio convicto e de sempre e gostaria de aí continuar não fosse esta premência do tempo, do tempo de algo fazer de imediato. E, por isso, eu sinto que, neste tempo exacto, isso só não chega.
Porque o que surge no tempo imediato é a urgência de, pelo meu voto, ajudar a apear do poder, e dos poderes vários, as forças que personificam estes injustos tempos : a direita ultra-liberal insensível e retrógrada no poder que consubstancia em si toda essa desesperança e é o rosto dessa iniquidade que foi a transferência de uma parte substancial dos rendimentos dos portugueses e das nossas riquezas para as mãos de quem, pela dívida, nos domina.
É apear, pelas urnas, esta direita no poder, para mudarmos de paradigma e para ajudar a que a direcção desse poder possa ser ocupada por um Homem a quem reconheço sensibilidade, seriedade, competência, responsabilidade e carácter : ANTÓNIO COSTA.
Mas eu não espero muito. Eu só espero sensibilidade social e vontade e força para inverter este tempo e o seu paradigma. Não espero mais porque sei dos constrangimentos.
Razão pela qual, desejando a inversão deste tempo, não me reste outra escolha: EU também CONFIO!
Eu VOU VOTAR ANTÓNIO COSTA!