MARCELO, o nosso loquaz Presidente!

O nosso agora muito querido Presidente, estatuto que adquiriu por ter iniciado uma Presidência interventiva e colaboracionista diametralmente oposta à do seu antecessor, decidiu colocar na sua cabeça um chapéu Tirolês e ir junto da sua querida amiga Merckl mostrar o seu alemão, um alemão em Direito conseguido.

O chapéu Tirolês na cabeça, que faz aquele número que sempre fica bem, o de desentupir a frieza e amenizar o gelo inicial da “alemona”, assim a modos como o daquela dança em Moçambique, depressa lhe terá passado para a mão, em sinal de boa vontade e dizendo que está ali pronto a tudo para que a propalada punição ao seu querido País não aconteça, porque não a merece.

Sim, porque ele honra o esforço que fez para que esses seus amigos fossem eleitos, em especial o seu grande amigo Junckers, por quem até a cara deu como seu candidato. E não é admissível que agora, agora que ele também é Presidente o traiam, depois do brutal esforço que fez, principalmente na TVI, e traiam e achem inglório o esforço que os Portugueses foram chamados (eufemismo de “obrigados”) a fazer.

Mas também, desde logo avisando a sua querida amiga Merckl que, mesmo de chapéu na mão, não se curvará para pedir ao seu odioso ministro Schauble seja o que for, lembra-lhe que o anterior governo fez tudo o que esse traste o mandou fazer e que, portanto, pense duas vezes antes de cometer qualquer asneira.

Mas a sua Merckelzinha, essa sim, essa mulher por mais dura que aparente ser, ela não resistirá aos encantos de Marcelo. Pois que Marcelo é um todo o terreno, um tipo que se dá em qualquer ambiente e, em encontrando alguma senhora importante e descomprometida (a Merkl infelizmente parece que tem lá em casa um primeiro “ damo”), logo dela fará sua primeira dama. Mas deverá ser estrangeira, honrando assim os seus princípios monárquicos.

Terá sido isso que foi dizer a Merckl? Assim um piropo de género: “Ai se não fosses comprometida… ai, ai…”! “Belém ia ser a tua cama…ai, ai…”! “Voltávamos ao antigamente e fazíamos uma aliança…a tua guita pelo nosso mar…”! Mas isso era ele a sonhar, em alemão…

Mas lá foi ele pedir mão leve para o seu anterior governo e rogar compreensão e ajuda para o actual que, testemunha ele, mesmo sendo o que é, é responsável e respeita-o. E até o deixa ir, Europa e Mundo fora lançar o seu charme, em alemão, em francês, em inglês, em espanhol, em italiano, grego não, e até em belga, por onde espalha a sua prolixa e verborreica bagagem.

Pois enquanto o outro dizia que, no silêncio e na sombra, exercia a tal “Magistratura de influência”, ele Marcelo não! Ele Marcelo o que quer exercer é a “Influência da Magistratura”!

É aí que ele está à vontade. Sabe os tratados todos de cor e de trás para a frente e de frente para trás. E a constituição alemã, que é igual à constituição da União, e dita-a toda à Merckl se for preciso e ela tiver alguma atrapalhação. Ele pôs-se à disposição para a ajudar em tudo o que precise. Que pensam os outros que ele é? Algum deles pensa que o enrasca ou sabe mais do que ele? O tanas…Disse tudo isto ele à sua querida amiga Merckl que, embasbacada, sorriu…

Mas a verdade verdadinha é que ele vai ter sucesso! Isto é, Portugal não deverá ser castigado e Marcelo aproveitará a embalagem para ir lançando a sua candidatura ao lugar do Sr. Junckers, para fazer desaparecer de vez da memória o Barroso, esse ilustre português fugido para as Américas…fugido para as Américas onde pensa fazer-se entender, pois aqui…

Que tem menos Marcelo que o Junckers? É que a este Jumckers falta-lhe o queimador. Não acende, não ganha chama, não aquece! Agora o Marcelo? O Marcelo até faísca faz!

Mas agora, assim de repente (e é mesmo de repente), pensando bem, pensando mesmo de modo profundo, eu acho que não era com a Merckl que ele deveria ir falar e pedir clemência. Cheira-me que aquilo do sorriso para cá, sorriso para lá, larachas para cá, larachas para lá, tudo em alemão, eu acabo por achar, e isso será um erro de cálculo dele, e que se para alguma coisa este texto valha que seja para o ajudar, que o grande perigo nem virá do PPE que não vai trair o seu dedicado amigo Passos Coelho, pois isso ficava-lhe mesmo muito mal…

O problema vem da Holanda! Está naquele seu primeiro ministro, aquele macaquinho de óculos de intelectual, de nome impronunciável e que até dizem que é eleito por um partido tipo socialista e que até à internacional socialista pertence. Esse sim, esse é que é um perigo e por várias razões: pertence a um grupo político e actua pelo suposto adversário; é ambicioso e formou o chamado “Eurogrupo”, que não foi eleito por ninguém mas é quem manda; e, cara de pau que é, pôs-se à frente daqueles primeiro ministros e ministros das finanças todos e desatou a mandar! E quer também ir por ali acima e chegar à cadeira de sonho, e só lá vai com o PPE! E por isso se junta a eles, manda aplicar as suas políticas e está com Deus e com o diabo. Estão a ver? Diabo de gajo… O Assis é nele que se revê, presumo…

Mas a ele nem o Costa chega que é de outra linha. Que podes tu fazer Marcelo?
O chapéu Tirolês fica curto Marcelo! Um à cowboy também fica desajustado. Que usar Marcelo, pois aquele país é tão esquisito…! Já sei: levas um par de tamancas daquelas largas e bicudas que eles usam por cima daquelas meias de lã grossa, por causa da neve e do frio e um daqueles capuzes de abas largas por cima das orelhas que eles também usam, e ias feito um holandês típico. Eu estou convencido que deslumbrarias…

Mas falta-te uma coisa Marcelo: a língua! O Belga para ali não serve. É que mesmo tu, por mais palrador que sejas, para falar holandês terás que a travar…

Sabes o que isso é, não sabes? É o que se faz aos papagaios…

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