A MATURIDADE…

Embora, por definição, este termo queira significar um estádio da vida em que se atingiu o cume do desenvolvimento, tanto psíquico, como mental ou como comportamental, o conceito não é, como dizer?, rectilíneo, nem obrigatoriamente uma marca universal ou transversal.

E a maturidade não se alcança aos vinte, nem aos trinta e talvez nem aos quarenta e há mesmo quem nunca a consiga alcançar…Mas, sendo maduro ou não, o que é facto é que há muita gente imatura que se tem por madura e é como a fruta: cai de podre!

Hoje, por exemplo, passando esta tarde por uma TV ligada aqui em casa, vi que estava  a passar em directo uma intervenção da Marilu e ouvi qualquer coisa como ocultação de contas, sobre cativações e não sei que mais e…segui em frente e fui fazer aquilo que tinha que fazer. Porque, não me importando nada com o que ela possa dizer, só tolerarei ouvi-la no dia em que ela fizer “mea-culpa” e se retratar de tudo que fez, de tudo o que mentiu e ocultou e de todas as inanidades que cometeu…Aí ouvi-la-ei…

Mas o que lhe falta, afinal? MATURIDADE! Maturidade para ser ouvida e respeitada, como todos ouvimos e respeitamos pessoas maduras e sensatas, com quem até muitas vezes discordamos…que não ela…

A MATURIDADE adquire-se quando se atinge a sabedoria que o tempo ensina a quem com ele aceita e quer aprender…Digo eu.

Ou quando se ponderam os prós e os contras das decisões, da própria vida e das suas contradições, e também da sua evolução e se conclui que, mesmo mantendo filosoficamente algumas certezas, teremos que ser maleáveis, que não condescendentes, com as circunstâncias concretas da mesma vida. Mas nunca descurando nem esquecendo para ela um desígnio, um fim, que tem que ter como alvos almejados a Justiça, a Igualdade, a Fraternidade a sã convivência e a Liberdade de todos e de cada um. Colocando-nos sempre na pele do próximo como se nós fossemos, sofrendo o que ele sofre e sendo solidário, mesmo que para a nossa vida e para os nossos queiramos sempre o melhor…

Mas, passado todo este extenso e, às tantas, excessivo preâmbulo, este texto e o seu título vêm a propósito da entrevista, curtíssima entrevista, que a SIC fez ontem a JERÓNIMO DE SOUSA. Uma entrevista em que ele demonstrou à saciedade toda essa MATURIDADE, toda a sensatez e toda a firmeza que dele esperava. De um Homem MADURO, sem dúvida. Dos que nunca irão cair de podres, como o da Venezuela…

De um Homem que não escondeu as diferenças, mas foi capaz de afirmar que ANTÓNIO COSTA é um Homem sério e confiável. Do mesmo modo que este sabe que Jerónimo e o PCP também o são e todos o reconhecem: palavra dada, palavra cumprida! Frutos da MATURIDADE!

Coisa que não acontece muito pelas bandas do  BE e quem ele teceu algumas críticas por isso mesmo: por falta de MATURIDADE e necessidade de apresentar protagonismos inconsequentes e que, às vezes, dão até mau resultado. “Vide” Mariana Mortágua…

E é essa falta de MATURIDADE muitas vezes demasiado visível que me levam a nunca ter votado no BE, nem tencionar fazê-lo, apesar de lá ter muitos amigos e amigas. E se há coisas que eu não aceito em político algum é o populismo e a tentação de se querer afirmar na espuma dos dias sem ponderar que a MATURIDADE só se conquista pela congruente sensatez.

É que uma pessoa Madura tende a ter, forçosamente, mais memória, não é? E sensatez, não é também?

Isto faz-me lembrar o meu falecido Pai que, nas reuniões familiares em que nós, os cinco irmãos, mais os quatro homens, já há uns largos anos, discutíamos como o mundo dependesse de quem falava mais alto ou como se isso lhe desse a razão…e o nosso Pai sorria e pensava, sem o dizer, …tolinhos…No fim tudo acabava em bem, com mais um copo e a cantar! O nosso Pai gostava que discutíssemos, não nos mandava calar, mas…tolinhos…como quem diz: tendes muito que aprender! E o facto é que fomos aprendendo, aprendendo a procurar a MATURIDADE!

MATURIDADE que JERÓNIMO revelou e que, no fundo, se resume a três coisas: Sensatez, Bom Senso e Honra da palavra dada!

Honra lhe seja feita!

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