Alguém sabe? Eu já sei que me vão dizer que a resposta é óbvia: no Banco de Portugal! Sim, é claro, mas algo de muito grave lhe deve ser acontecido para ter deixado de falar. De intervir, pronto. E isto começou já com este Governo. Constou que o outro Costa, o António, o terá querido desbancar, ele terá amuado e dito “daqui não saio, daqui ninguém me tira” e calou.
E resguardou-se naquele seu castelo muralhado, que embora se chame “ de Portugal”, quem lá manda é o BCE, tem leis próprias e sinecuras confidenciais, e o seu patrão é o Draghi e mais ninguém e só a ele obedece e presta contas. Quem pensará o Costa, o outro, que é?
Deixou, portanto, de ligar ao pagode, não dá confiança a ninguém e só deve ansiar que o Banco de Portugal seja formalmente privatizado, assim preto no branco, para ele ver o seu salário melhorado, ao menos ao nível do da Caixa, do do Novo Banco e do seu amigo Monteiro, pois sendo tudo coisa pública eles gestores são, afinal, privados.
Lembramo-nos todos muito bem de como ele, no anterior “regime” ( o da Troika e da PAF), intervinha por tudo e por nada, nomeadamente na defesa acérrima da Banca Portuguesa, que gozava de boa saúde, não se cansava ele de dizer, isto lá para os idos de 2013 e eu, muito desconfiado, até escrevi na altura um “tríptico” (três textos) sobre o assunto e a que chamei “ A Saúde da Banca Portuguesa- 1, 2 e 3” e que aqui poderão ver: 1- http://wp.me/p4c5So-i ; 2- http://wp.me/p4c5So-l e 3-http://wp.me/p4c5So-aw, e desconfiava porque, dizia eu, quando alguém vem dizer, ou é impelido a vir dizer, que tudo está bem, é porque se passa precisamente o seu contrário.
E foi o que se viu: O BES estava nitidamente solvente e tinha folgas de capital suficientes para fazer face ao pior dos cataclismos, dizia ele, secundado pelo Passos, pela Marilu e pelo Aníbal e eu, desconfiado, dizia que não, que não podia ser. E que fez ele então, já depois de ter aceite o parecer daquele “enviado de Deus” que o ajudou a convencer-se da idoneidade do Salgado? Resolveu o problema salomonicamente e separou o Bom do Mau, acabando de vez com mais ou menos e o talvez! (também escrevi sobre isso: “Acabou-se o Mais ou Menos- http://wp.me/p4c5So-sy . E também o “talvez”…
E dizia que vender era só uma questão de tempo, pois não faltavam interessados (havia aí uns dezassete…) , e depois de desbancar aquele empecilho do Bento, que queria era mais dinheiro, foi ao mercado buscar um ás de trunfo: o Stock da Cunha, porque a cunha é sempre necessária e vinha mesmo a calhar. Mas este, em vez de o despachar, ainda acumulou mais prejuízos e foi, assim, ele o despachado. E mandou vir o Ramalho, uma manilha de ouros, que já passou por tudo quanto é banco ou empresa pública e este, este sim, vai vender o Bom. E o Bom., que continua a dar prejuízos, paga-lhe principescamente.
Mas, desconfiado que, apesar do seu curriculum, ele não passará, afinal, de um “mais ou menos”, nomeou, ou foi obrigado a nomear, o Monteiro, como recompensa certamente por todos os bons ofícios que fez à Pátria, nomeadamente como vendedor de tudo o que existia: TAP, ANA, CTT, REN, METRO, CARRIS etc.etc.etc. E colocou-lhe na frente um contrato do “outro mundo” e cujo viu agora renovado porque…ainda não vendeu! O seu raciocínio até seria lógico: o Ramalho não tem tempo para ser vendedor e quem tanto conseguiu vender não conseguirá vender também uma coisa apetitosa? Um Banco Bom? E ainda por cima Novo? E renovou-lhe o contrato…
Mas isto tudo foi no tempo em que ele falava. Em que intervinha, pronto. Mas, depois, desapareceu. Alguém mais o viu? Eu acho que nem o porteiro do BP, pois ele deve ir direitinho à garagem e subir em elevador próprio…
Banif? Isso é falar com o governo. Caixa? Aí nem opinião dá. Aquilo é do Estado, ele até pode ter falado com o Draghi mas é assunto sigiloso. BCP? Isso é com os accionistas. BPI? Isso idem, idem e aspas e com o governo (agora este) que se meteu nisso. Ele não…
Salários dos Administradores da Caixa? Nem está aí. Administradores? Foi o BCE que os impôs. Malparado da Banca? O governo diz que quer resolver…pois que resolva! Que querem afinal de mim, pergunta-se ele, um Regulador, mas regulador do tempo que falta para “saltar” dali ou ir para a sua dourada reforma?
Mas agora, para além deste problema da recapitalização da Caixa, o nosso único Banco Público, onde não se mete porque quer ver é aquilo privatizado, mas vai ter forçosamente que algo dizer, nem que seja numa daquelas Comissões da Assembleia da República, onde ele sempre responde sorrindo e convencendo aqueles dedicados deputados de que…não vale a pena, ele nada diz.
Mas que acontecerá, afinal, para que ele tenha que forçosamente vir a terreiro? É que é coisa grave e tem a ver com o nosso futuro e gira mesmo à volta da nossa Banca.
O que se passa, Sr. Governador, é que o “CÉSAR DAS TREVAS”, das Trevas porque das Neves é o outro, o “Abominável” que dizem que vive lá para a região dos Himalaias, e este ainda parece viver nessa idade, escreveu um livro intitulado “ 2016/2017 O COLAPSO FINANCEIRO DE PORTUGAL” e diz que é um contributo para a esperança de um “milagre”.
E ele lá sabe pois, sendo da OPUS DEI, deve ser tu cá tu lá com quem sabe, e apesar de ele ser um “mentecapto” como lhe chamou Carlos Paz numa carta aberta, também de 2013, por ele ter dito que “ a maioria dos pensionistas fingem que são pobres…”; “que subir o salário mínimo é estragar a vida aos pobres”; “ que ainda não tinham sido pedido sacrifícios aos Portugueses…” e que “ é imperioso reduzir salários…”, ele é assim um “Nostradamus” e, sendo-o, não é de descurar. 2016 está a acabar, já não é provável, mas 2017? E o Sr. Governador não vem agora dizer nada e apaziguar os espíritos mais sensíveis? Nem agora?
Pois, já sei, o Sr. Governador mandou dizer pela Marilu, na sua entrevista ao Público de hoje, que “ É falso que o problema esteja na Banca…”!
Agora fez-se-me luz! E juro que não pertenço à “Copus Dei”, como diz um amigo meu…
À Esquerda do Zero 