Eu enfatizo aqui o “E” para fazer alguma distinção, que não diferença, daquela intervenção “viral”, como agora se diz, do deputado do PCP António Filipe, antigo, respeitado e competente deputado desse Partido que, a propósito da inabilidade e nulidade da oposição enquanto oposição, mas perante a sua incredulidade e completo desconhecimento do estado da sociedade…nomeadamente porque é que as pessoas não se manifestam, alheando-se por completo das suas propostas, os desafiou:
– Que tal fazerem uma manifestação pela reposição das 40 horas?…
– Que tal uma outra pela manutenção da sobretaxa?…
– Que tal ainda mais uma contra a reposição dos salários e pensões?…
– Que tal, e por fim, uma outra contra a reposição dos Feriados?
Foram só quatro perguntitas que, como eu no Facebook comentei, são um pequeno resumo da constatação da sua falta de causas e soluções, que eles dizem que também fariam mas nunca disseram como e o que da campanha anterior ressaltara era a sua vontade de cortar 600 milhões nas reformas…Mas que, manifestando resumidamente muito, no meu modesto entender não chegam e, por isso, este meu acrescento!
É que eu temo que o António Filipe, por falta de tempo certamente, não tenha conseguido fazer as perguntas todas mas, das que conseguiu fazer, eu ressalvo o comportamento das fácies dos visados, principalmente do Montenegro e do Passos, que são os que mais destacadamente aparecem na peça: o primeiro abre os braços como que dizendo não compreender, a seguir, secundado pelo segundo, esboçam um sorriso mas, depois e com o continuar, cerram as bocas em profunda meditação. O primeiro, olhem-no assim de perfil, sobrepondo o lábio superior sobre o inferior, porque assim é de facto e o segundo, o Passos, naquilo que eu já uma vez defini como a sua boca, lábios para dentro e rebaixados, se parecesse como uma vulva ainda detentora da sua virgindade: não se descortinam os grandes lábios…
Mas como o meu propósito é ajudar, ou simples e humildemente complementar o António Filipe, que eu pessoalmente não conheço, mas admiro, eu diria um pouco mais…
Primeiramente, secundando toda a Direita, mas sem a mesma conclusão, perguntar-me: Mas porque carga de água ninguém protesta? Como é que não há manifestações contra esta malévola e infeliz política do governo? Como? Que raio aconteceu que nem o Nogueira se manifesta contra a Educação, nem a Avoila contra a Função Pública, nem aquele de barbas também…nem os da UGT, nem os trabalhadores sociais democratas, sempre activos e descontentes? Que raio se passa que nos escapa? Perguntam-se eles, olhando embasbacados uns para os outros?
E resolveram que era tempo de ir para a luta e tomar decisões. Se ninguém se manifesta, vamos manifestarmo-nos nós. Decidiram o Passos e o Montenegro porque o Rangel agora está mais contra a França, batoteira! E outros afins…esse pensa mais fundo… E decidiram as palavras chave, aquelas mais audíveis, com mais decibéis e susceptíveis de cativarem todos os injustiçados por este lamentável governo. E elas são:
– Contra o aumento da salário mínimo que, como diz o César das “Trevas” faz os pobres ainda mais pobres…
– Contra o aumento extraordinário das pensões: uns míseros 10 Euros. Para aumentar isso mais valia era reduzi-las, para garantir a sua estabilidade, também dizem…
-Contra a redução do défice e aumento do saldo primário que só põem em causa o crescimento…as sanções e financiamento? Isso depois se veria…
-Contra a descida do IVA da Restauração…Um logro! Trouxe mais emprego ao sector? Nem pensar, trouxe é mais confusão aos contabilistas…
-Contra a descida da taxa do desemprego! Como é possível? Só pode ser embuste igual ao que fazíamos…dizer que há gente a retornar a Portugal? Como?
-Contra a reestruturação da dívida, contra a Manuela, contra o Bagão etc… e a favor do Holandês de nome impronunciável que diz, finalmente, que Portugal não é a Grécia e que que Portugal sabe bem gerir a sua dívida…Terá ouvido o Sócrates?
-Contra os impostos indirectos, explicando ao Povo que o melhor e mais transparente era aumentar-lhes o IRS, corta-lhes nos salários e pensões e nos subsídios porque, assim, não pagariam mais impostos sobre o tabaco e sobre os açucares…Isso é que era…
-Também uma manifestação contra a CGTP porque…não faz manifestações! Onde já se viu?
– E contra o Nogueira porque os Professores não protestam…
-E contra a Avoila porque a Função Pública está acomodada e não vem mais para as ruas…
– E contra o aumento do Turismo porque engarrafa as cidades…
– E contra aquele “dízimo” que deles pagam…e nem assim se vão… as taxas e taxinhas, lembram-se? Quem é que tinha razão?
Mas como tudo isto é muito redutor e polémico, eles têm ainda mais por que protestar. Mas aqui muito mais à séria, e vão vir para a rua para:
– Exigirem mais crescimento económico e mais financiamento à Economia e, para isso…
-Exigem a privatização da Caixa…para quê um Banco público se ele tem que ser recapitalizado? É vender e logo se verá…
-Assim como as Águas, os rios, as pontes, os mosteiros e mesmos as Igrejas porque…há sempre umas Universais com liquidez à espera…vejam a grande cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro: não se converteu?
-E, por falar em cidades, também uma contra o Medina que, estando com os cofres cheios, nada faz, como diz o companheiro José Eduardo Martins, que se queixa, ao mesmo tempo, de a cidade parecer um estaleiro…
-E, na mesma, contra esse tal de Medina, que seca tudo à sua volta, e não nos deixa sequer ter um candidato…É preciso varrê-lo…Mas quem? Nem que seja o Reboredo…
-E contra o Rui Moreira, o tal que se tem agora como Rei do Porto, até já substituiu o Pinto Rei e tudo, e que também não lhes deixa ter candidato! Vai o Meneses Filho? Vai o Marcantónio? Mais votos teria o “emplastro”, dizem…
– E, já agora, nem contra o Marcelo, um vendido em quem votaram com os olhos vendados, como eu uma vez fiz aconselhado pelo Cunhal, um traidor aliado aos destruidores desta gloriosa pátria?
Que até na Cova da Moura é recebido com palmas e abraços?
Que raio de mundo é este? Só nos restam os tachos e as panelas…mas as empregadas, vão?