Eu vou começar a escrever este texto, sem rascunho e sem nada, apenas na sequência de uma ideia que me surgiu ainda há pouquinho mesmo.
Como sempre digo quando escrevo, a minha sabedoria profunda das coisas é pouco mais que nula mas, apesar de tudo, ainda possuo alguma dose de bom senso e racionalidade para algo pensar sobre as coisas.
E uma das coisas que me impressionou ao passar os olhos pelas TV´s foi ver o medo, o temor, a pergunta de como fazer ou de como responder aos desafios que são lançados pela eleição de Trump e que, imagine-se, pode colocar em risco o equilíbrio mundial, tanto na segurança como, essencialmente , no Comércio Mundiais. E, perante um “símio”, como o apelida o meu filho, dono agora de uma nação de trezentos milhões de habitantes, uma Europa com quinhentos milhões e com um PIB muito superior, se coloca em profunda reflecção como que não sabendo o que fazer…
E apetece-me dizer umas coisas. A primeira é que, perante o isolacionismo e protecionismo que os Neo Cons e fascistas de Trump querem fazer dos EUA, só há uma resposta da Europa: é na mesma moeda! Querem protecionismo? Pois fiquem com ele! Querem fazer infraestrutura e deportar milhões de imigrados, pois façam-nas com o vosso dinheiro e com os vossos trabalhadores! Querem proteger a vossa agricultura e satisfazer toda aquela imensa massa de desgraçados agricultores do Midwest que vêm sempre em vós a eterna esperança, pois satisfaçam-nos. Protegem-nos e subsidiem-nos! A Europa produz o bastante e de sobra! Até temos a Bayer que comprou a Monsanto, vejam lá…
Querem proteger com muros a fronteira do México para que não haja contrabando nem importação de drogas? Pois produzam-nas! Vai ser bonito de ver… assim como na “ Lei Seca”…será bonito de ver…De onde virá a cocaína para vocês todos, inclusive vós que mandais, para dar força à vossa parca pujança? Vai ser bonito de ver, digo mais uma vez…
Ah, já sei o que ireis dizer: mas as patentes tecnológicas são nossas. A Internet, a Google, a Apple, a Cisco, a Microsoft, o Facebook, o Twiter and so on ….pois é tudo verdade, mas: e se essas empresas todas voltarem para casa, mais os MacDonalds e quejandos…vocês pensam que a Europa e a China, que também, idiotas, quereis atacar, não sobrevirão e não têm já meios bastantes para serem autossuficientes? Realmente nós até, momentaneamente, até poderemos empobrecer. E vocês? Trezentos milhões? Que fareis com tanta tecnologia para grande parte do vosso povo tão ignorante?
Ah, também já sei: tendes a força dos canhões, dos mísseis, dos contratorpedeiros e toda essa parafernália que povoa todos os mares, e? E que fareis com isso tudo? Terra queimada? E que será depois da vossa indústria e do vosso povo, reduzido a um magro território, que antes era dos índios nativos e vocês colonizaram? Vocês, quem? Os Irlandeses, os Ingleses, os Italianos, os Chineses, que vos construíram os túneis, caminhos de ferro e autoestradas, os Polacos, os Japoneses e eu sei lá que mais, e ainda todos os Hispânicos, que hoje representam quase 30% da vossa população…Que vão depois fazer com essa parafernália toda? Vai toda para a sucata, não é? E quem a compra depois?…
E a Apple que está na Irlanda e não paga impostos vai repatriada e não vai pagar? E as outras todas? Também? Eu não me queria rir, porque não é para rir mas, às vezes, dá-me vontade de sorrir e dizer como dizia o meu Pai: que tolos!
Pois é Europa: em vez de medo ou temor, que tal a afirmação? Que tal, de uma vez por todas dizer que somos quinhentos milhões e que como nós precisamos deles, eles também precisam de nós e não venham, portanto, com unilateralismos e pretensões de poderio hegemónico porque, às tantas, se realmente a Europa se unir…quem terá mais relevância no mundo?
Isto sou eu a delirar, está visto mas, de algum modo, a colocar alguma água na poeira, para que possamos respirar melhor e, sabendo do que poderemos ser, não nos compadecermos apenas com aquilo que somos…
Será agora uma “trampa” qualquer que nos vai atemorizar e desviar-nos da nossa cultura e dos nossos desígnios?
Never…