O Costa (o Carlos), que há tanto tempo estava calado, disse hoje sentir-se ofendido por dizerem, ou insinuarem, que o programa de resgate da troika para a nossa banca tinha sido um insucesso. Um desastre mesmo. É uma ofensa, disse ele, reagindo assim ao facto das instituições europeias isso mesmo terem concluído.
Perante aquilo que hoje já sabemos, e que até está a fazer doutrina, a comissão europeia ter-se-á sentido “desestimulada” perante a falta de “estímulo” manifestado por Costa (o Carlos) e da grande maioria dos nossos bancos e banqueiros que se fizeram assim de “machões”, como se diz na gíria. Estímulos, nós? Era o que mais faltava…
Eu estou a pensar que a comissão europeia, que normalmente só reage por impulsos, para desta maneira assim falar, deve ter ouvido as doutas palavras do nosso Tribunal Constitucional, que disse que só reagiria à premente questão da entrega das declarações dos gestores “caixeiros”, se para tal fosse “estimulado”!
E assim como aqueles medicamentos para combater a “disfunção” só actuam (dizem…) se houver “estímulo”, também o nosso TC lá foi estimulado e reagiu…É porque funciona!
Mas o Costa (o Carlos), que assim reage, ofendido na sua honra, já há muito sabia dos problemas de “disfuncionalidade” dos nossos bancos e banqueiros, tanto que também hoje referiu que já lá por 2010, ou antes, tinha detectado problemas nos seus “doentes”, como por exemplo:
– Que as imparidades já eram um problema a requerer máxima atenção… (problemas nos vasos capilares e nas artérias mesmo…)
– Que a estrutura accionista, em muitos deles, tinha tido como financiador os próprios bancos para a aquisição de participações sociais… (com certeza por falta de irrigação e “músculo” na hora “H”…)
– Que subestimaram o risco e maximizaram o crédito…(subestimaram o elevado colesterol, que leva ao entupimento das veias e à consequente falta de irrigação e fatal “disfunção”…). E mais…
Mas o Costa (o Carlos), médico curador e regulador,que de tudo sabia, de todos os sintomas e mais algum, não interveio em socorro dos seus “doentes” (tê-los-á avisado ao menos?) e a doença agravou-se tanto que a fatal “disfunção” foi inevitável!
E o mesmo Costa (o Carlos), concluiu mesmo que houve muita “bondade” na concessão do crédito! Espantosa afirmação esta! Então ele sabia, era ele quem auditava as contas, era ele quem inspeciconava os balanços, os rácios etc e nada? Vem dizer que afinal não tinha esses poderes? Sabia, sim. Relaxou, foi bondoso, deixou andar, deixou que os bancos e banqueiros lhe ocultassem a sua “disfuncionalidade”, coisa esta que sempre se recusaram a aceitar, agindo calmamente mesmo sabendo que não estavam a cumprir as suas “obrigações” …
Mas, como “médico” e conselheiro, deveria ter-lhes receitado o tal “estímulo”, estímulo esse que viria em condições especiais (o preçosdizem ser caro…), com tratamento prolongado e bonificado, com pagamento à vista e tudo, mas nada disso fez.
Ele fez como nós fazemos com alguns amigos nossos que dizem que fazem e acontecem e que para tudo o que contam não precisam de qualquer “estímulo”. Os amigos riem-se, deixam-nos levar as bicicletas e nem sequer ousamos investigar, de fonte limpa, se tal é verdade! Para quê?
Assim tal qual os Bancos: Testes de “Stress”? Qual stress? “Cor Tier 1”? Isso é como o coração, sem problemas! Rácios de solvabilidade? Imparidades? Nada, tudo super…
Mas, já que a troika tanto insistia, lá aceitaram a vinda de algum “estimulante”, coisa pouca e que só foi aproveitada em metade. E os que aceitaram logo vieram dizer que o faziam, não que precisassem, nada disso, mas que até poderia fazer algum jeito, mas por um período curto, o período suficiente para regularem alguns problemas psicológicos… A cabeça é quem comanda, não é?
Mas houve um “machão, um Ricardo “coração de leão”, que logo e sem hesitações disse…NÃO! Eu não! Nós não! Eu, nós, sou forte como um cavalo de corrida e não preciso dessas “ajudas” (estímulos) para nada!
E o Costa (o Carlos) acreditou e confiou. Mas como se constava, não já só à boca pequena como também à boca cheia, que eles já não cumpriam as suas “responsabilidades” e andavam a arranjar “estímulos” no mercado negro, o Costa (o Carlos), para salvar a sua honra e a deles, aceitou aquele “bondoso” e “caridoso” parecer do samaritano Calvão ( o da “esmola” dos 14 milhões) para que mantivesse a sua idoneidade e pediu à Marilu e ao acabado Silva que o ajudassem e viessem atestar do seu bom “desempenho” e “virilidade”.
E eles lá vieram atestar: Tem boa estrutura e cabedal mais que suficiente para aguentar qualquer maleita e é sólido como uma rocha. Disseram eles, mais ele, porque o Passos nada disse, ou antes disse, e disse secundando o dito Costa (o Carlos), que o nosso sistema imunitário era forte e que se alguém tivesse algum problema que fosse a um médico. Problemas privados, disse ele, que não se metia em coisas privadas e …seguiu em frente.
Tempos depois surgiu a “impotência”! E veio de tal forma que já nem os “estímulos” resultaram…
Aconteceu-lhe como àquele indivíduo de aldeia vizinha (contaram-me), que não tomou as devidas providências (só se “estimulava” na candonga) e caiu fatalmente quando a sua “obrigação” queria cumprir…
Já não tinha “Cor Tier 1” suficiente…Mas o médico não viu e foi despedido!