O BEM e o MAL (Lembrando ALEPPO).

Eu sou do género de pessoas que sempre tomou e toma partido. Seja no que for. Normalmente pelos mais fracos e só no futebol eu tenho essa ausência de discernimento que me leva a ser sempre a favor do clube que desde pequeno adoptei como meu. Neste caso o Sporting!

Quanto a tudo o resto tendo sempre a estar do lado dos mais fracos e impotentes. Só que, ultimamente, perante a confusão que se gerou na cena internacional, desde as chamadas “primaveras árabes”, à decapitação de chefes de estado que supostamente suportavam tiranias ( desde Khadaffi a Hussain  etc.), tudo de tornou para mim, e penso que para muitos como eu, muito confuso e deixamos mesmo de perceber onde está o Bem e o Mal.

O que se verificou depois foi que, indubitavelmente, tudo ficou pior. Mas a coisa não começou apenas aqui. Começou muito antes quando, por exemplo, no Irão, ou Pérsia como entenderem, um regime que podia até ser imperial, mas era plural e livre, tanto nos costumes como nos hábitos de vida ocidentalizados, um regime laico, portanto, foi substituído por um regime de “Ayatolas” religiosos e radicais Xiitas que impuseram um estado intolerante nos costumes e sujeito à leitura mais básica do Corão, deixando de ser um estado laico.

O seu alinhamento contra o ocidente privilegiando a aliança com os Russos, fez dele um estado “pária” e representante do “mal” para americanos e ocidentais.

A subsequente guerra do Iraque, promovida pelo Busch pai, não foi mais que um combate contra os xiitas e uma aliança com a Arábia Saudita pelo controle pelos sunitas, a maioria entre os Muçulmanos, do poder no Médio Oriente e na sua maior riqueza, o petróleo.

Tudo isso nós percebemos, há muito entendemos, mas há coisas que a mim me escapam e que, certamente, fazem confusão a muita gente. O porquê da segunda guerra do Iraque, promovida como se sabe pela mentira de Busch filho, devidamente acolitado por uns lacaios que nem o nome quero pronunciar, e que, para além de uma tentativa de hegemonização do poder Americano nessa zona e combate aos Xiitas, promoveu depois todo o radicalismo que conduziu ao estado presente e de que a guerra na Síria é o exemplo extremo: ninguém sabe de que lado está a verdade, ninguém sabe quem apoia quem, ninguém sabe, ou todos sabem, quem arma quem, ninguém sabe quem tem razão, ninguém sabe onde está o Bem e está o Mal, mas uma coisa única se sabe: quem sofre com estes jogos de poderes e de estratégicas que, no final, só têm ou terão uma consequência, e uma consequência de papel cumprido: quem mandará depois em tudo o que ficou destroçado e arruinado.

Aleppo, por exemplo. Eu nunca fui a Aleppo, mas já ouvi de quem lá foi ser uma cidade cosmopolita e de índice de vivência cívica e culturais relevantes. Em nome de quê a sua destruição? Em nome de quê a Síria que era um país tolerante, não laicizado, mas tolerante, onde coabitavam todas as religiões e culturas, com população instruída e ocidentalizada mesmo…porquê? Em nome de quê?

Eu não consigo entender. Ou, aliás, até sou capaz de entender: seria na sua génese para derrubar um proclamado “ditador”, Assam. Como no Iraque para derrubar outro “ditador”: Hussein. Como ma Líbia para derrubar outro: Khadaffi e etc…e impor a “democracia”?

Muitas armas se derreteram, muitas bombas se desfizeram, milhões de pessoas pereceram, milhares e milhares de refugiados sem pátria, sem futuro e sem nada, cidades destroçadas e delapidadas do seu património e…em que é que o mundo avançou? Quem ganha ou ganhou nestes anos todos de irracionalismo e bestialidade? Quem?

Acho que todos perderam, acho que todos perdemos. E acho também que todos ficamos também a pensar e a ter duvidas sobre o que é o Bem e o que é o Mal.

Essencialmente em quem os personifica. E, também essencialmente, por que assim mandam! Em nome de quê, de que interesses, de que insensibilidades?

O problema maior é que já não vemos líderes capazes de nos conduzir e iluminar. Há um no Vaticano, o Papa Francisco, que prega no deserto e tem um séquito de sumptuosas víboras, na América um Obama, prestes a sair e manietado por um Congresso e um Senado hostis e uma Europa que só virtualmente existe. Que resta? Resta Putin mais a sua sede de hegemonia na zona, agindo impunemente…

E, pelos vistos, vai ter um aliado: Trump! No que é que isto vai dar? Essa é a pergunta…

Onde raio está o Bem? Onde estará o Mal? Alguém que saiba que me explique, por favor!

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