Há quem assemelhe estes três anos de progresso económico, de recuperação de rendimentos, de direitos, de restituição de tanta e tanta dignidade, de actualização de muitos sentimentos a realidades perdidas, a ambições empatadas e desejos estagnados que, para muitos, isto só se poderá assemelhar a um período da nossa História: a dos Descobrimentos!
Porquê? Porque foi um dos raros momentos da nossa História em que ousamos ser audazes, passe a redundância! Isto porque, estabelecendo um tipo de política social e económica contraditória com os cânones vigentes da UE, conseguiu o nosso Governo, o improvável Governo das Esquerdas (o tal que agora alguns necrófilos, verdadeiras almas penadas, se atrevem a dizer tudo terem feito para atenuar os danos da sua governação…coitados…), tal como na era dos Descobrimentos, fazer o pleno: descobrir novos caminhos, caminhos esses de impossível alcance, como se dizia antes e se dizia agora mas, tal como antes, com novos horizontes…
Antes foi a conquista das rotas da seda, da pimenta e de outras especiarias que, aos dias de hoje seriam de primeiro valor nas bolsas. Hoje é o caminho da inovação, das novas tecnologias e a realização da WEB SUMMIT em Portugal que nos últimos três anos e nos próximos dez faz de Lisboa e de Portugal a principal “Bolsa” das apostas na inovação e nas novas tecnologias no Mundo. Não foi um D. Henrique que isto promoveu, mas sim um Primeiro Ministro com visão larga e progressiva, JOSÉ SÓCRATES, que tal idealizou e colocou em prática quando nomeou MARIANO GAGO, qual D. Henrique de antes, para promover uma revolução nas nossas Universidades e nas nossas Ciências…e que este novo e progressista Governo ousou continuar e dar corpo.
Somos um País pequeno, somo é evidente mas, neste momento, talvez sejamos dos únicos que se podem gabar de ter três “Startups” que já facturam mais de mil milhões de Dólares e estão presentes nos principais centros de saber no mundo existentes…
Não é impunemente que um País que é governado sem quaisquer cabrestos, que até tem o seu Ministro das Finanças como Presidente do Eurogrupo, que cumpre leis e tratados e se gaba de ter contas em dia ter, em três simples anos, conseguido varrer da sua memória aqueles dias tenebrosos de um governo de direita, um governo de autêntica capitulação e dirigido por gente sem espinha dorsal…
Mas, e há sempre um “mas”, também este tempo é um tempo de “oportunistas”! Sim, quero mesmo frisar: de “oportunistas”! De gente, de estruturas laborais e de classe que podem ter toda a razão do mundo, e têm, mas que, fazendo nestes tempos tanto jus à sua injustiçada classe, se olvidam, como que por encantamento, do que foi o seu comportamento, detestável, inacreditável e de impossível esquecimento, durante o governo da sua e deles PAF, das trevas e da Troika!
Onde esteve o Mário Nogueira e a sua FENPROF? Onde esteve esta auto-promovida “passionária” dos Enfermeiros/as, vinda das estruturas da tal PAF, como que ressuscitados pela tal “Geringonça”? Estiveram em hibernação? Quando tanto e tanto cortaram e nada ofereceram, que lutas fizeram ou promoveram? Que greves?
Pois foi este Governo que, em apenas três anos, tudo lhes restituiu do que foram “roubados”! Nunca esperariam melhor, pois não Professores e Professoras votantes da PAF, que muitos e muitas eu bem conheço? Pois não Funcionários e Funcionárias Públicos? É verdade ou não? E querem agora, Professores, que um Governo com três anos vos devolva, de uma vez, o que outros vos “roubaram” em nove anos?
Este, o meu Governo, devolve-vos três e é justo!
Mas quando eu digo “meu” Governo, eu é que deveria ser contra ele. Porquê? Porque, azar o meu, em nada me beneficiou, antes pelo contrário. Durante os anos de doença da Graciete nada me deu. Fui durante dez anos um Cuidador e nunca disso fui beneficiado, antes pelo contrário. Agora já se fala em legislar pró Cuidadores. Com 63 anos de idade e mais de 43 de Segurança Social fui obrigado a ir antecipadamente para a Reforma, vi esta deduzida do factor de sustentabilidade (mais de 400 Euros) e prejudicado pela mudança de critérios em Janeiro/17 (é preciso ter mesmo azar…) em cerca de Mil Euros!
Quer dizer: Um Professor, em iguais circustâncias que as minhas, descontou durante a sua carreira contributiva metade do que eu descontei e recebe quase o dobro do que eu recebo… Mas agora, sem retroactividade, estão a pensar rectificar isto…Querem justiça? E eu?
Quer dizer: estou sempre de mal com a História, mas estou sempre de bem com a minha consciência!
E Vocês, oportunistas sem nome, “lutadores” por arrasto, profissionais do virar dos ventos, açambarcadores das facilidades, do faz de conta e das vaidades…de que lado estão?