O FUTURO a DEUS PERTENCE! E o PRESENTE?

De tudo isso estamos cheios de ouvir falar. Sobre a omniprecença de Deus em tudo o que aconteça ou mexa mas, de concreto, nada de nada acontece.

Este tempo não está para os dogmáticos, nem para quem esteja sempre à espera, numa confiança feita de certeza inabalável, de que algum Deus, em toda a sua magnanimidade e justiça, tudo a preceito resolva.

Esta parece ser uma proposição confessional mas não o é de todo, de modo que eu, como que para relativizar, sempre digo: não metam os Deuses nisto.

Pois isto é o que faziam os antigos Povos do mundo que, perante as ofensivas da natureza, para eles coisas incógnitas e feridas de qualquer conhecimento ou racionalidade, sempre atribuíam essa fúria a qualquer ente superior, uns Deuses à medida de cada fúria: Da chuva, do vento, dos terramotos, dos mares, das inundações, dos relâmpagos, das guerras, dos cataclismos, das pestes e eu sei lá de que mais…

Há sempre nesta ancestral cultura uma coisa que de sabedoria nada tem, mas a quem sempre se atribuiu o poderoso tom da ambiguidade: Deus sempre avisou, e está escrito (vejam as páginas da Bíblia, do Êxodo ou do Apocalipse), e por isso não pode ser responsabilizado. Mas todos nós lemos e ouvimos: mas se sempre Deus avisou, quem teima em continuar a castigar?

E não vale a pena lembrar por que daqueles que nasceram na terra “onde corre leito e mel” , persiste haver uma maioria que nem tem leite nem mel? Ainda por cima vivendo numa terra que é ancestralmente sua e da qual tem vindo a ser progressivamente expulso? Mas em nome de que Deus? Jeová ou Maomé? Será que os Deuses lá em cima também se degladiam?

Mas no meio desta pandemia, que desta vez atinge todos sem excepão, o que vemos todas as Igrejas fazerem? Silenciarem-se às responsabilidades e, portanto, desculparem qualquer Deus supremo e absoluto! E fica-lhes bem…

Mas, de certo modo indiferentes, salvo sempre o consequente e esclarecido PAPA FRANCISCO, de nenhum, nem de qualquer dos seus mais irredutíveis fiéis, ouvimos a repetida e desculpadora frase, frase deveras encarnada nesses tantos, de que “Deus assim quer…”.  Ou quis…

De modo que, voltando ao princípio, uma coisa de salutar transparece de tudo isto: É que Deus, ou os Deuses, desapareceram desta equação como responsáveis ou salvadores e delegaram na Ciência a resolução destes tempos…

Tempos novos e insondáveis, sem dúvida!

NB: Eu não sou anticlerical e antes pelo contrário! Mas penso e vejo…

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