QUERIDA MARIANINHA!

Ao pessoal que me conhece, e à minha Família também, tenho desde já que sossegá-los e dizer-lhes que este texto não é dedicado à minha neta Mariana que, coitadinha, ainda vai fazer dez aninhos neste verão. É à outra, à Mortágua que, embora mais grandinha, ainda é pequeninha e vai fazer proximamente trinta e um aninhos…

Que, pese tão tenra idade, já se formou há muito em Economia, tirou o Mestrado (é Mestre, portanto) e só não é já doutorada porque interrompeu o doutoramento para se dedicar à Política. Com toda a experiência amealhada por anos e anos a fio e com tanta e tanta sapiência, depois de tudo isso, conseguiu fazer um “desenho” sobre o que aconteceu ao Novo Banco, que até a minha neta Mariana, que vai fazer dez aninhos, que do Banco só percebe o “Novo”, ficou a entender, com a metáfora que ela fez, ou desenho, como queiram, o que terá acontecido. Foi a metáfora do telemóvel! Como poderia alguém não entender?

Escreveu ela num Artigo publicado no JN, e onde só cheguei porque um Amigo o partilhou pois eu, como sabem, não leio jornais, que ela intitulou de “SE O NOVO BANCO FOSSE UM TELEMÓVEL” e onde escreveu esta autêntica pérola, pérola esta que, a não a retirar da tese, lhe vai chumbar o doutoramento, pela certa! Diz então ela: “Imagine que tem um telemóvel sem saldo e neste momento não quer gastar dinheiro a carrega-lo. Imagine que lhe aparece alguém que lhe propõe o seguinte: “Olhe, eu faço um carregamento de €100, mas fico com o aparelho para mim. Você terá ainda que carregá-lo com mais €300 quando estes €100 se gastarem. Em troca fica com o direito de controlar algumas das minhas chamadas para saber que eu não gasto tudo muito depressa”. Parece-lhes um bom negócio? Pois foi “DE GROSSO MODOo negócio que a Lone Star fechou com o Governo para a compra do Novo Banco”. Citei e pasmei!

Se fizermos um pequeno exercício, que não vou fazer pois seria demasiado grotesco, o de traduzir para “Telemóvel” onde se lê Novo Banco, e deixo isso à Vossa imaginação, daria uma peça cómica do melhor, não acham? Falaríamos em “memória”, em “armazenamento”, em “dados” imperdíveis, dos quais só se tem acesso a 25% mas se tem responsabilidade por 50% e coisas assim…uma confusão tal que, de verosimilhança, zero teria!

Mas, se lerem o texto, ela continua e resta, também segundo ela, a chantagem, pelo que o “Telemóvel” tem que ser vendido porque, senão, só restará liquidá-lo, que é como quem diz, parti-lo, estilhaça-lo contra uma parede e perder-se tudo o que nele está contido!

E então o que conclui a Marianinha? Que o Estado tem que nacionalizar o “Telemóvel”. Se o Estado o “carregar”, substituindo-se à Lone Star, a partir daí o risco será só do Estado, mas só o Estado terá acesso ao seu conteúdo! Pois, Marianinha, e os “vírus”, Doutora Mestre? Já não falo em imparidades nem em coisas para outras idades, mas…e as litigâncias, Doutora? E os depósitos, Mestre?

Pois eu digo-lhe, querida Marianinha, e digo-lhe em primeiríssimo lugar, o meu mais sincero obrigado pois, sem esta sua metáfora, digamos mais proselitamente “desenho”, eu nada teria percebido, nem teria como explicar à outra Marianinha, a minha neta!

Eu sei que você só não é ainda doutorada porque, como disse, interrompeu o seu doutoramento para ir para deputada. E fez bem, digo-lhe agora com toda a sinceridade. Pois se há coisa que eu não suporto nem entendo é como jovens que se formam em Direito, por exemplo, aos 21, já são Mestres aos 25 e Doutorados aos 28. Doutorados antes dos 30? Ok., eu até entendo que haja gente precoce, e você será uma delas mas, com toda a franqueza, como pode alguém ser doutorado, coisa que nos tempos que sei só se alcançava depois de “muitos frangos se virar”, ali pelos trinta se nem viver viveu ainda? Como ser-se Juiz nessas idades!

Mas saltando…a gente imagina a razão por que o BE não quer nem quis integrar o Governo. É que, quando toca a decidir, colocam-se em equação todas as variáveis, não é, Doutora Mestre? E ficarmo-nos por uma só, é uma grande comodidade. De bem com Deus e com o diabo, não é?

Ao menos o seu amigo Daniel Oliveira (imagino que seja!), esse, mais prosaicamente, fazendo uma súmula de todas as variáveis que não conhece e nem estudou, redescobriu o “TNT”, já antes descoberto pelo Nobel e, em 29/03/2017, há uns dias, portanto, decretou: “ A solução para o Novo Banco é o pior de dois mundos”. Eu, confessando-me mais uma vez incrédulo, só pergunto: Como é que o Daniel Oliveira, proferindo frase tão definitiva e conclusiva, se esqueceu da parte mais importante da equação e que é: PARA ALÉM DE TODOS OS OUTROS? Assim como a Democracia que não sei quem, acho que Churchill, definiu como o “pior dos sistemas para além de todos os outros”!

Mas, aprenda Marianinha, o Daniel, em vez de “Telemóveis”, fala num “FRANKENSTEIN”, monstro que foi criado nos laboratórios da “saída limpa” por uma equipa de cientistas da Troika, coadjuvados pelos proto cientistas Carlos Costa, Passos Coelho e o Paulinho das Portas e que o António Costa recebeu de legado, como um presente. Que fazer do “Frankenstein”, Marianinha?

De modos que, resumindo, o que lhe valeu foi o “Grosso Modo”. Ai se não fosse o “Grosso Modo”!

Mas é claro que o seu Grosso Modo até pode ser um anestesiante, um atenuante, um aliviador ou coisa assim, mas nunca servirá de antídoto para este meu “MODO GROSSO”!

Percebido? Que é como quem diz: Ok, desta vez passa, mas primeiro vá aprender a desenhar, moça! Ou a fazer “metáforas”! O “Carteiro” do Pablo Neruda não lhe ensinou nada? Nem ao menos o Daniel Oliveira?

Agora, “Telemóveis”? Ó valha-me Deus!!!

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