AS MELHORAS RIO…

Quando chegamos a uma época como esta, pré-eleitoral, eu tenho um estranho fetiche que é o de olhar para os painéis de publicidade que os Partidos e seus líderes decidem exibir e tento descortinar, vislumbrar e mesmo adivinhar as mensagens que eles, mesmo que de um modo subliminar, nos tentam impingir…

E a verdade é que já vi dois dignos de acerca deles me de debruçar. E, mesmo com algum sacrifício e dor, da responsabilidade dizem que de uns bicos de um papagaio que um nunca vi nem tive, sobre eles me debruçarei…assim como quem diz, percebem?

Da substância do do Melo nem me vou alongar muito, pois já muitos o comentaram e eu parece que me atrasei! Nele ele diz que ” A Europa é aqui”! Todos foram pelo óbvio: claro que é porque tu estás sempre aqui, apressaram-se todos a dizer!  Mas é claro que é e se todos o dizem é porque é mesmo e quem sou eu para o contradizer?

Agora, no que diz respeito ao Portugal ., traduzindo : Portugal “ponto” , aí a coisa muda mesmo de figura e eu dou por mim bloqueado: nem ando para trás nem para a frente! Digamos que esbarrei contra aquele “ponto”, ponto acerca do qual ainda não vi uma única palavra escrita! Que raio quererá ele significar?

Que quererá ele significar se não passa de um inócuo simples ponto e não tem acoplado uma simples virgula de modo a se poder dizer que é um ponto e virgula para assim se poder dar sequência ao Portugal, tipo um País situado na extremidade ocidental da Europa; à beira mar plantado e coisas assim…ou então mais um ponto, de modo a ficar dois pontos, significando esses dois pontos depois do tal Portugal um aviso, ou uma lembrança, vá lá, à Europa, avisando-a de que ” A Europa (agora) é aqui”. Mas falhou o “agora”!

O facto é que o Melo esqueceu-se ( eu ter-lho-ia lembrado mas, na sua sobranceria, nem uma ideia me pediu.,.) e assim se desvaneceu para ele aquilo que poderia ter sido uma grande conquista! O que resta é aquela frase seca e isolada do ” A Europa é Aqui”, como que alguém nisso possa acreditar…Só se for para ti, é o que muitos dizem, ó “Dandy” de Joane! Como é que um tipo tão loquaz tanto simplifica?

Ora deste estamos, portanto, libertos (ufa…) mas, ainda hoje mesmo, em chegando a Esposende, naquela primeira rotunda junto ao Continente, que é que eu vejo ali escarrapachado na minha frente, pois fazia a rotunda para  virar à direita para Góios? Um cartaz do Rui Rio, um cartaz que nem na Póvoa ainda exibe, com a sua cara retocada a botox, só pode ser, e sem aqueles prolongados pêlos que lhe escapam atrás, que significam desleixo porque moda não parecer ser, mas que a produção tratou de eliminar, tudo isto em tom alaranjado, tal como as palavras a seguir no mesmo cartaz impressas: “Conto contigo, ou consigo já nem sei, para melhorar Portugal”!

Desde já vos digo que aquele modo tão directo e franco de a mim se dirigir, não tendo tido aquela ousadia do Seguro quando escrevendo-me uma carta a pedir-me ideias me tratou por caro amigo…ele que nunca me tinha visto mais gordo…nem mais magro, ok?, me embeveceu! E verifiquei que, ao contrário do outro, o tal de Seguro, que queria a minha ajuda para ambos mudarmos Portugal, o Rui é mais comedido e só quer “melhorar”  Portugal, o que significa que é contra radicalismos bacocos!

Mas nem ele nem os dele pensaram bem no que escreveram pois é bom de ver que ao querer “melhorar” Portugal é porque admite implicitamente que ele goza de boa saúde, está razoavelmente bem de vida e não apresenta sintomas negativos…Então? Quer contar comigo para quê? Para “melhorar” não conte comigo! Ainda se fosse para “mudar”...

Ele e os seus se tivessem escrito “mudar Portugal”, e talvez por lhe terem lembrado qual era a minha receita, não o escreveram, pois tinham por certo conhecimento do que eu disse ao Seguro quando ele aqui há uns anos me mandou aquela célebre carta em que, tratando-me por amigo, me solicitou ideias, que ele sabia que eu tinha, para ambos mudarmos Portugal!

É que eu, depois de muito matutar sobre o assunto, depois de estudar tudo e mais alguma coisa sobre a nossa génese e os feitos da nossa grei, cheguei à revolucionária solução que, de um modo desinteressado e sem reclamar qualquer soldo, enviei ao Seguro…

António, eu sei que tu sabes que eu decidi concorrer às Primárias para te abater mas, ciente que as oitenta ideias que tens não te chegam para nada, o Costa mesmo sem ideias come-te de cebolada, digo-te de uma vez por todas o que penso, e toma nota:

Mudar Portugal para outro País, um assim tipo Holanda seria até interessante mas como tem diques a coisa fica feia e os custos seriam astronómicos…de modo que te sugiro uma solução mais em conta, restringida ao espaço interno e sem aqueles custos de contexto da outra…

Qual? É simples meu caro: Mudas o Minho para o Algarve; o Algarve para Trás os Montes; Trás os Montes para o Ribatejo; o Douro para o Douro pois está muito bem onde está; o Alentejo para a Estremadura e Lisboa para a Corunha…

Lisboa para a Corunha? Mas isso seria tomar a Galiza? Exacto: não é o crescimento por que anseias? Ora aí esta!

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