“ COMPRARIA UM CARRO EM 2ª MÃO A ESTE HOMEM?”

Esta já velha pergunta, aposta num cartaz com o rosto de Nixon que em 1960 inundou os EUA aquando da disputa eleitoral entre este e Kennedy, ganha agora especial actualidade.

Ela compreende em si a grande questão que se coloca quando numa renhida eleição vamos votar e ganha mais premência ainda quando essa eleição reveste a importância que esta tem, que é a de “ em quem devo confiar”?

Nessa altura os Democratas de Kennedy pretenderam usar uma forma eficaz de, através de um modo não ostensivamente ofensivo e desrespeitoso, confrontar o candidato rival com o seu conhecido pouco apego à verdade. Foi a forma que encontraram e, até hoje, não se conhece qualquer outra mais certeira e eficaz.

Na verdade nestas eleições, para além da evidente diferença dos programas, da forma de fazer política ou da maneira como se transmitem mensagens, estão em confronto na luta pela vitória duas personalidades completamente diferentes e dois tipos de vida e de passado completamente opostos. E é a um destes que a maioria vai dar a sua confiança. Mas merece-a? Essa é a grande questão que a pergunta em epígrafe implica.

É sabido o passado de Passos Coelho. O passado recente e o passado mais longínquo. Dir-me-ão que toda a gente tem direito à regeneração. É verdade! Mas tratando-se da ocupação de um cargo desta relevância, que ele durante quatro anos ocupou mostrando não ter regenerado ( o próprio Pai o confessou ) , essa sua personalidade construída com arrepios às regras de boa conduta, com empregos de favor e duvidosos, com incumprimentos, com ocultações e com o permanente recurso a inverdades tem, desta vez, que ser confrontado com a referida pergunta pois, do lado contrário, apresenta-se alguém que é o seu oposto.

E coloca-se pois porque, em oposição, temos um outro candidato ( António Costa ) com um percurso de vida transparente e limpo. Com reconhecida seriedade e sobriedade, homem de consensos e que, como se diz na gíria, não dá um passo maior que a perna.

A confiança que um ou o outro nos possa merecer não pode ser dissociada também dos seus percursos políticos e aí também não pode haver maior diferença : enquanto um tem uma vida de dedicação à causa pública, que atestam da sua capacidade, como Ministro várias vezes, como Líder Parlamentar e como Edil da Câmara de Lisboa, onde sempre ganhou as eleições e com maiorias cada vez mais absolutas, sem o mínimo sinal de dúvida da sua seriedade e probidade, o outro nunca havia ocupado qualquer cargo ao serviço do Estado e é sabida a maneira como chegou ao poder : através da mentira ( Pec4), através da sua aquiescência a meios indecorosos ( manipulação da opinião pública por apaniguados seus através dos fóruns da rádio) e de promessas eleitorais completamente opostas às que depois em poder implementou.

Poderíamos falar aqui também da sua insensibilidade e da sua subserviência pois são também traços definidores de uma personalidade e da confiança que ela nos inspira.

De modo que resta a inevitável pergunta : “ Compraria um carro em segunda mão a Passos Coelho?!

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